A China conclui um acordo de livre comércio com a Suíça, após três anos e meio de negociações. Para o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, o acordo vai promover o comércio global e ajudar a abrir a segunda maior economia do mundo para o exterior. Esse é o primeiro acordo de livre comércio entre a China e um país do G-20 e também o seu primeiro com um país europeu.
Os dois países assinaram um memorando de entendimento sobre o acordo, durante uma visita de dois dias do premiê à Suíça. No entanto, o acordo ainda precisa ser formalmente assinado e aprovado pelos respectivos governos. A previsão é de que a ratificação aconteça em meados de julho, quando o ministro da Economia da Suíça, Johann Schneider-Ammann, estará em Pequim.
"O governo chinês está comprometido com o avanço do comércio global e se opõe ao protecionismo em toda a sua forma", disse Keqiang em uma recepção organizada pelo Banco Nacional Suíço e grupos empresariais locais, em Zurique, ontem. O premiê chinês disse que o acordo comercial iria diminuir e, em alguns casos, eliminar as tarifas existentes para uma gama de número de bens suíços e serviços financeiros.
O ministro da economia da Suíça disse que o acordo comercial representa um importante "trampolim em nossas relações com a China". O país é o parceiro comercial mais importante da Suíça na Ásia e um acordo de livre comércio provavelmente vai expandir a presença dos produtos do país na China, que se tornou um destino para uma alta categoria de produtos manufaturados suíços. Especificidades do acordo não foram divulgadas, mas analistas esperam que ele inclua produtos farmacêuticos, artigos de luxo, máquinas e equipamentos de alta precisão. O acordo é esperado para a definição de um cronograma para as tarifas ao longo do tempo e simplificação dos procedimentos aduaneiros.
Rudolf Minsch, economista-chefe do grupo de lobby empresarial Economiesuisse, disse que o pacto daria às empresas suíças uma vantagem em relação às companhias de outros países no enorme mercado chinês. "Isso dá aos nossos exportadores melhor acesso ao mercado chinês, que por vezes pode ser um pouco difícil", disse Minsch.
O fluxo comercial entre a China e Suíça cresceu acentuadamente nos últimos anos, impulsionado pela demanda de artigos de luxo suíços, especialmente relógios. As vendas na China - o terceiro mercado de exportação de relógios suíços depois de Hong Kong e Estados Unidos - são acompanhados de perto pelos executivos das empresas do setor e investidores como um indicador da saúde da indústria.
As companhias suíças esperam que a China corte 11% do imposto de importação sobre todos os relógios de luxo e 20% do imposto sobre os que tem valor superior a 1.500 francos suíços (aproximadamente US$ 1.566). Elas consideram que os tributos desencorajam alguns compradores chineses. As informações são da Dow Jones.