O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, defendeu nesta quinta (27) a decisão da presidenta Dilma Rousseff de nomear novos ministros da área econômica para que façam uma transição com os atuais titulares antes do início do novo governo. Os novos ministros da Fazenda e do Planejamento serão anunciados hoje, mas não tomarão posse. Eles despacharão no Palácio do Planalto com equipes de transição dos atuais ministros Guido Mantega e Miriam Belchior. Carvalho defendeu a indicação do executivo Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e lembrou que ele já foi secretário do Tesouro no início do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A presidenta sentiu a necessidade de já anunciar agora a equipe econômica para a assegurar a credibilidade e evitar uma solução de continuidade no processo da economia brasileira. O que começou a haver com o anúncio já na campanha de que ela renovaria os ministros. Os ministros da Economia têm uma natureza, na sua influência na sociedade, completamente diferente de qualquer outra área, é uma área sensível", avaliou Carvalho, de manhã, ao chegar ao Palácio do Planalto para um seminário sobre participação social.
A indicação de Levy tem sido criticada por intelectuais e ativistas de movimentos sociais devido à proximidade com o setor financeiro. Atualmente, Levy é diretor-superintendente do Bradesco. "O Joaquim Levy foi excelente secretário do Tesouro do presidente Lula, perfilou-se perfeitamente dentro daquilo que era a orientação do governo. Fez parte de um processo vitorioso da economia. É evidente que, ao aceitar ser ministro, ele está aderindo a este projeto e à filosofia econômica deste projeto. O nome é importante porque pela trajetória dele, traz uma credibilidade."
Segundo Carvalho, independentemente da trajetória dos novos ministros, quem toma as decisões sobre a política econômica é a presidenta. "Um ministro não toma decisões autônomas. Quem dá a cor do projeto é a presidenta e ela deixou claro na campanha e nos últimos quatro anos qual o nosso projeto, que é a continuidade desse projeto, que é o crescimento com inclusão social, a distribuição de renda."
"Não cabe falar em submissão ao setor financeiro. Agora, nós somos realistas, sabemos que temos que ter credibilidade, temos que despertar interesse dos credores internacionais. Tem um equilíbrio que você faz, tem que governar um país em cima da realidade do mercado, evidentemente", acrescentou.
Carvalho, que não estará na equipe de Dilma no segundo mandato, disse que ainda não sabe quando vai deixar o governo. Segundo ele, a presidenta decidiu começar as mudanças pela equipe econômica e só depois vai alterar outras áreas do governo.