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Carro é a principal razão do endividamento da classe C

27 mai 2012 às 09:31

A compra do carro é a principal razão do alto endividamento da classe C. Despesas com a prestação do veículo e outros gastos (documentação, seguro e manutenção) representam 27,6% das compras a prazo dessa fatia da população, revela estudo da MB Associados, com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE. Em seguida, aparecem a compra de imóveis e gastos com reformas (18,5%).

Nas classes D e E, há uma concentração dos gastos com itens de menor valor: 21,6% das despesas a prazo são com aquisição de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis. A prestação do carro é a segunda principal despesa (13,4%), enquanto a construção dos "puxadinhos" na casa ficam em terceiro lugar (10,5%). Para esses brasileiros, a casa própria ainda é um sonho: a prestação do imóvel representa apenas 4,2% das despesas a prazo.


A concentração das despesas a prazo com veículos na classe C ajuda a explicar o aumento da inadimplência, já que é no financiamento de automóveis que está concentrado o calote. A taxa de inadimplência na compra de veículos bateu o recorde de 5,9% em abril.


De acordo com Nicolas Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), as instituições financeiras mapearam que a inadimplência é maior entre os consumidores que compraram carros sem entrada com prazos longos para pagar.


"Por isso, os bancos voltaram a exigir entrada e reduziram os prazos. Depois das mudanças, a carteira de crédito melhorou muito", disse Tingas. "O consumidor trocou de emprego e nunca viu tanto crédito disponível. Muita gente se entusiasmou e comprou um carro sofisticado."


Uma pesquisa da Boa Vista Serviços, feita com 1.100 pessoas inadimplentes, revela que 42,4% dos entrevistados declararam ter entre 25% e 50% da renda familiar comprometida com dívidas e 23,7% deles ter mais da metade da renda familiar mensal empenhada no pagamento de prestações.

Apesar de o consumidor ter assumido um número excessivo de dívidas em relação à sua capacidade de pagamento, esse movimento não se refletiu de maneira vigorosa no varejo de eletrodomésticos. Os consumidores estão privilegiando o pagamento das prestações de menor valor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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