Os depósitos em poupança superaram as retiradas em R$ 9,171 bilhões em dezembro. Foi a maior captação líquida mensal da série histórica, iniciada em 1995. Em todo o ano passado, a captação líquida somou R$ 30,412 bilhões, menor apenas do que a de 2007, quando o resultado positivo foi de R$ 33,379 bilhões.
Os dados constam do relatório de poupança do Banco Central divulgado hoje (7). O documento tem como base os dados do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) - que destina recursos ao setor imobiliário - e da poupança rural.
O mês de dezembro é o período em que os trabalhadores recebem o décimo-terceiro salário, o que impulsiona as aplicações na poupança. No mês passado, os depósitos somaram R$ 112,230 bilhões e as retiradas chegaram a R$ 103,059 bilhões. Foi o oitavo mês seguido de resultado positivo. Em janeiro, março e abril de 2009, os saques superaram os depósitos.
A maior captação líquida registrada até então havia sido de R$ 9,134 bilhões, em dezembro de 2007. No mesmo mês de 2008, o resultado positivo foi de R$ 5,387 bilhões.
A maior captação líquida é do SBPE, que registrou R$ 7,164 bilhões em dezembro, com depósitos no total de R$ 96,799 bilhões e retirada de R$ 89,635 bilhões. A poupança rural apresentou depósitos (R$ 15,430 bilhões) maiores do que as retiradas (R$ 13,423 bilhões) em R$ 2,007 bilhões.
Os rendimentos da caderneta somaram R$ 1,516 bilhão no mês passado. A caderneta de poupança é remunerada pela Taxa Referencial (TR) mais 0,5% ao mês e não há cobrança de taxa de administração.
No ano passado, o governo chegou a anunciar que iria tributar o rendimento da caderneta de poupança. A ideia era descontar Imposto de Renda dos rendimentos que excedessem a aplicação de R$ 50 mil.
Havia o temor de que grandes investidores estivessem transferindo recursos para a poupança por conta da redução da taxa básica de juros, a Selic. Com a redução dessa taxa, que remunera aplicações de fundos de investimentos, a poupança estaria mais atrativa, já que não é tributada.
Entretanto, houve recuou nessa decisão considerada impopular. Atualmente, a Selic está em 8,75% ao ano e a expectativa dos analistas do mercado financeiro é que suba neste ano e encerre o período em 10,75% ao ano.