Apesar da ação da Força Nacional e do risco de multas, os caminhoneiros prometem manter os bloqueios de rodovias por todo o País no fim de semana. A categoria protesta contra o aumento no diesel e quer reajuste na tabela de fretes. Hoje à tarde, os manifestantes bloquearam por quase uma hora a Rodovia Presidente Dutra, principal ligação entre São Paulo e o Rio de Janeiro, na altura do km 228. O congestionamento se estendeu à Marginal Tietê, na capital.
Ainda pela manhã, os bloqueios causavam 59 interdições em sete Estados. À tarde, além de São Paulo, voltou a ocorrer interdição de rodovias na Bahia. Para evitar um bloqueio de caminhoneiros, a assessoria da presidente Dilma Rousseff modificou o trajeto de uma visita ao Rio Grande do Sul e usou helicóptero para ir de Pelotas a Santa Vitória do Palmar para a inauguração de um parque eólico.
De manhã, a Força Nacional e a tropa de choque da Polícia Rodoviária Federal (PRF) desbloquearam a BR-101, ocupada pelos manifestantes. Os policiais usaram bombas de efeito moral para cumprir determinação judicial de desocupação. Vários caminhões foram danificados pelos próprios manifestantes para que não pudessem ser retirados da rodovia. À tarde, havia 70 pontos de bloqueio, a maioria em rodovias estaduais, ainda não atingidas pelas ordens de restrição da Justiça.
Em Mato Grosso, houve confronto entre manifestantes e caminhoneiros contrários ao bloqueio na BR-163, em Nova Mutum, onde a pista voltou a ser bloqueada. Cargas de soja foram espalhadas pela rodovia. A Justiça Federal determinou o desbloqueio das estradas, mas os caminhoneiros afirmam que vão manter o protesto.
Na Bahia, caminhoneiros voltaram a interditar o trecho da BR-242 entre Luís Eduardo Magalhães, no extremo oeste, e a divisa com Tocantins. As duas pistas ficaram fechadas depois que os manifestantes atearam fogo a pneus e galhos. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o tráfego voltou a ser liberado no início da tarde.
Durante a manifestação, integrantes de uma equipe da TV Oeste, da Rede Bahia, afiliada da Rede Globo, foram hostilizados - o repórter Muller Nunes chegou a ser agredido, com chutes, por um homem - e o carro no qual viajavam teve os pneus rasgados. O ato motivou notas de repúdio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Em Santa Catarina, a greve avançou em mais regiões no décimo dia de protestos, com a intensificação de bloqueios no Vale do Itajaí. Desde a madrugada, manifestantes impediam a saída e entrada de cargas nos portos de Itajaí e Navegantes.
No interior de São Paulo, caminhoneiros bloquearam a Raposo Tavares, rodovia que dá acesso a Mato Grosso do Sul, na altura de Presidente Prudente. O protesto durou quatro horas - os manifestantes foram retirados pela Polícia Rodoviária Estadual com apoio de um helicóptero da Polícia Militar. Outras três rodovias - SP-294, SP-425 e SP-501 - tiveram bloqueios parciais. Cerca de 500 caminhões permaneciam em pátios e acostamentos, prometendo novos bloqueios no fim de semana.