O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a afirmar nesta sexta-feira (5) que o câmbio flutuante é a melhor alternativa para a economia brasileira e para corrigir os desequilíbrios. A afirmação foi feita durante palestra na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo.
Para Mantega, o câmbio flutuante é melhor quando outros países o respeitam. "Eu tenho levado essa questão ao G20 porque acho melhor uma medida tomada por um conjunto de países - eu defendo um regime cambial mais homogêneo", acrescentou.
O ministro considerou que, muitas vezes, a flutuação cambial é mais "suja do que pau de galinheiro. Precisamos de um novo Bretton Woods [sistema de gerenciamento econômico internacional que criou, em julho de 1944, as regras para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo], alguém que entenda que só é bom quando todos tenham vantagens".
Mantega lembrou que em outubro do ano passado foram injetados US$ 14 bilhões na economia brasileira. "Foi um fluxo extraordinário, mas a compra de dólares não é suficiente. E por isso aplicamos o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mercado de capitais", disse.
O ministro ressaltou, porém, que o IOF não foi usado para resolver o problema de valorização e sim "para eliminar o execesso de valorização [do real]". Mantega lembrou ainda que a medida do IOF foi importante para estancar "a queda do dólar, que poderia chegar a quase R$ 1,55. "Agora a flutuação é só para mais de R$ 1,80, nunca para baixo".
Mantega comentou que a criação do Fundo Soberano no ano passado também foi importante para controlar a flutuação cambial. "O fundo tem essa função de adquirir dólares, tal e qual o Banco Central", completou.