O governo estuda utilizar recursos da Caixa Econômica Federal para financiar obras de infraestrutura aeroportuária e terminais privados no País. O ministro Moreira Franco, da Secretaria de Aviação Civil (SAC), afirmou nesta quarta-feira, 10, que esta é uma opção para ampliar a infraestrutura e facilitar o desenvolvimento da aviação regional na América Latina.
"Um desafio para a integração da região é o programa de investimento em infraestrutura. Estamos estudando algumas áreas de aplicação dos recursos para financiar os empreendedores desse segmento", disse o ministro durante palestra sobre integração aérea na América Latina, promovido pela União das Nações Sul Americanas (Unasur).
O objetivo do financiamento é garantir a expansão da rede de aeroportos e permitir uma maior integração e novas rotas regionais fora dos grandes centros, atendendo a um forte aumento da demanda na região. De acordo com um estudo apresentado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a região representará um aumento anual de 6,9% de passageiros pelos próximos 20 anos.
Os recursos seriam destinados, prioritariamente, a aeroportos privados, segundo o secretário executivo da SAC, Guilherme Ramalho. "Hoje grande parte do financiamento da expansão da infraestrutura se dá com recurso próprio, do governo, e financiamento do BNDES. A Caixa também dispõe de importantes fundos de infraestrutura ligados ao FGTS, com linha de recursos para investimentos também em aeroportos privados", afirmou.
Ramalho afirmou ainda que a grande frota de aviões particulares no País e a possibilidade de expansão do tráfego regional garantem uma "grande demanda dormente" para a aviação regional. "Temos uma demanda muito grande para descongestionar aeroportos e viabilizar novos aeroportos privados. É importante que haja fontes de financiamento diferentes do BNDES", completou.
Durante o evento, Moreira Franco também apontou a importância de mudanças no marco regulatório dos países para permitir uma maior abertura de mercado às empresas áreas da região. Ele destacou o programa de aviação regional do governo como exemplo para os demais países.
"Nós temos uma política de céu aberto, que é um modelo regulatório que coloca a aviação a serviço do cidadão. Hoje, o que temos são rotas determinadas para as capitais a partir de interesses das empresas, mas podemos ter voos internacionais para cidades secundárias com interesse econômico, sem escalas nas capitais", completou.