A Caixa Econômica Federal pagou mais de R$ 41,8 bilhões a 24,8 milhões de trabalhadores com direito ao saque das contas inativas do FGTS . O valor pago, até o dia 12 de julho, equivale a 96% do total disponível para saque (R$ 43,6 bilhões). O número de trabalhadores que sacaram os recursos das contas do Fundo de Garantia representa 82% das 30,2 milhões de pessoas beneficiadas pela medida.
Os recursos sacados das contas inativas do FGTS superaram a previsão inicial do banco, de R$ 35 bilhões. Quatro etapas do calendário montado pelo governo já foram cumpridas. O último lote liberado foi para os trabalhadores que nasceram no mês de dezembro, no último sábado, dia 8. O prazo máximo para saque dos valores é até 31 de julho.
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Segundo pesquisa feita pela Boa Vista SCPC, com o dinheiro do saldo inativo do FGTS em mãos, 21% dos trabalhadores priorizaram, especificamente, o pagamento da fatura do cartão de crédito em atraso. Outros 16% optaram por pagar as contas de concessionárias, como água, luz, gás. Um décimo arcou com o pagamento de empréstimo pessoal e consignado, assim como outros 10% que quitaram dívidas com o cartão de loja.
Entre os entrevistados com direito ao benefício, 57% tinham em mente, antes do saque, o pagamento de dívidas como o principal destino do recurso extra do Fundo de Garantia. Outros 17% pretendiam guardar o dinheiro e 11% antecipar o pagamento de contas e outras dívidas não atrasadas.
Na prática, não só os que afirmaram que pagariam dívidas, mas também os que disseram que fariam algo diferente, como fazer compras, poupar ou antecipar o pagamento das contas não atrasadas, usaram o recurso extra para quitar dívidas já vencidas (91%). Outros 3% pouparam; 2% anteciparam contas não atrasadas e 3% se dividiram entre compras de produtos e serviços, entre outras finalidades.
Mesmo com a intenção de pagar as contas atrasadas, como a maioria fez, apenas 14% dos trabalhadores conseguiram quitar todas as dívidas em atraso usando o saldo inativo do FGTS. Das contas que ficaram pendentes, o cartão de crédito representa 25%, empréstimo pessoal/consignado (12%), cartão de loja (10%), crediário (9%), contas de concessionárias (8%) e cheque especial (8%).
Feito o saque e o pagamento das dívidas atrasadas, 74% dos consumidores entrevistados pela Boa Vista conseguiram reassumir em parte ou totalmente o controle das finanças, em função do saque providencial do recurso inativo do FGTS. Para 26%, entretanto, o valor sacado não foi suficiente para que pudessem ficar com as finanças pessoais em dia.
A pesquisa foi realizada online, entre 12 e 23 de junho, com 2.880 respondentes, de um universo aproximado de 80 mil consumidores. Dos entrevistados, 51% são homens e 49% mulheres. 37% têm entre 31 e 40 anos e 20% entre 41 e 50 anos. 45% são casados, e 89% estão economicamente ativos. 95% são das classes C, D e E.