Toda cadeia produtiva da seda será mostrada com palestras e oficinas programadas de 1 a 9 de abril durante a ExpoLondrina. O objetivo é apresentar ao público uma iniciativa criativa e inovadora que proporcione a experimentação da seda, bem como mostrar como a sericicultura é organizada no Brasil de maneira responsável e sustentável.
Londrina é reconhecida mundialmente pela qualidade dos fios de seda que são exportados para as mais renomadas marcas internacionais de moda. De olho neste mercado, representantes de várias instituições – Sociedade Rural do Paraná, Emater, Universidade Estadual de Londrina, Universidade Norte do Paraná, Senai, Bratac e Apeiex (Fundação Araucária) deram início ao projeto "Seda: o fio que transforma", que começa a ganhar corpo com esta série de programação a ser apresentada na ExpoLondrina.
A ideia é aproveitar que a empresa Bratac Fiação de Seda de Londrina detém toda a etapa da cadeia, desde a produção até a exportação do fio, para ampliar este nicho de mercado, formando uma verdadeira cadeia produtiva, que transforme a seda crua em produto final e multiplique a geração de riquezas.
"Queremos desenvolver a cadeia de valor do fio da seda em Londrina, gerando renda e qualificação de mão de obra. Hoje, a Bratac exporta o fio cru (branco), mas com este projeto podemos trabalhar até o produto final (tecidos)", explica a professora do curso de Designer de Moda, da UEL e Unopar Eduarda Regina da Veiga. Segundo ela, a intenção é multiplicar a iniciativa desenvolvendo um projeto de pesquisa e extensão que irá incentivar o empreendedorismo social entre alunos.
A diretora do Conselho Administrativo da Bratac, Renata Amano, que irá proferir palestra sobre a seda na quarta-feira (5), às 14h15 no auditório Emater, afirma que a Bratac consegue entregar produto de qualidade o ano todo, mesmo na entressafra. "Matéria-prima de qualidade não falta. Temos clima propício e melhoramento genético e ainda a dedicação dos criadores", disse Renata, acrescentando que esta é a diferença para outros países exportadores. "Conseguimos manter a qualidade e volume, pois utilizamos várias raças para chegar a uma comercial", disse.
Segundo Renata, a Bratac produziu em 2016 cerca de 3 mil toneladas de casulos trabalhando com 2,5 mil famílias de pequenos produtores rurais de diversas regiões do Estado. Pelo menos 95% do fio de seda produzido são exportados para o Japão e uma pequena parte para França e Itália. Ela informa que o processo de produção é todo artesanal. "Em todas as etapas da cadeia precisamos de gente. O ciclo do casulo é de 28 dias, então todo final de mês esses agricultores familiares recebem como se fosse um salário e isso contribui para fomentar também a região", argumenta Renata.
Bicho da seda
Domesticado há cerca de 3 mil anos, na China, o bicho-da-seda é a larva da mariposa Bombyx mori, que desde então não existe na natureza. Na sericicultura, o ciclo de vida da espécie é interrompido antes da formação da mariposa – por meio de calor, o bicho é sacrificado no estágio de pupa, logo após formar o casulo, para preservar o fio intacto.