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BS Colway pode fechar as portas dia 19

08 dez 2007 às 16:10

A maior indústria de remoldados do Brasil poderá fechar as portas até o dia 19 de dezembro, se não houver decisão que libere a importação de pneus usados de outros países. De acordo com o presidente da BS Colway, Francisco Simeão, os estoques estão no limite e a linha de produção tem sido reduzida diariamente. Quinhentos funcionários já foram demitidos e outros 700 poderão perder seus empregos (200 deles atuam nos programas sociais atendidos pelas empresas). Além disto, 400 lojas e centros automotivos dependem atualmente da venda dos remoldados fabricados no Brasil e poderão perder o produto. Possivelmente, muitas destas empresas terão que fechar as portas e outras procurar os pneus remoldados vendidos em países como a China.

O prazo do dia 19 não é por acaso. Os estoques estão no final e o Supremo Tribunal Federal (STF) já incluiu na pauta de decisões a ação que pede a liberação das importações demonstrando que a importação de pneus usados não fere qualquer dispositivo ambiental - motivo que tem sido colocado como causa principal da proibição das importações. O pneu usado poderia causar prejuízos ambientais e para a saúde da população. Simeão anexou ao processo o resultado de uma auditoria ambiental feita pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que ele considera como fundamental para garantir o direito da instituição de continuar atuando no mercado nacional.


De acordo com o presidente do IAP, Victor Hugo Burko, os técnicos verificaram que a BS Colway cumpre com sobra a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) de recolher da natureza cinco pneus usados inservíveis para cada quatro que foram importados. ''Tenho certeza que dessa vez o julgamento será diferente. Temos um parecer técnico que mostra que o Paraná está ambientalmente satisfeito conosco'', disse Simeão. Aliás, o governo do Estado sempre foi um dos maiores defensores da causa da empresa. Roberto Requião chegou a participar de propagandas em cadeia de televisão falando sobre a importância da empresa para a população de baixa renda - que pode comprar um pneu de qualidade garantida por cinco anos e com custo mais baixo.


Outro ponto favorável para a BS Colway é o fato da Advocacia Geral da União (AGU) não ter se pronunciado contrário ao fato da empresa continuar importando pneus. Simeão rebateu ainda argumentos do governo federal de que a compra dos pneus deveria ser realizada no Brasil. ''Não existem pneus bons no Brasil. Eu faço um desafio ao governo federal. Se ele encontrar pneus usados com qualidade garantida pelo Inmetro a R$ 16 a unidade (a BS compra a R$ 15 no Exterior), eu compro imediatamente e à vista. Se não encontrar, que me deixe comprar de fora do Brasil e de forma ambientalmente correta'', desafiou o empresário.

O setor de remoldados corresponde atualmente a 12% do mercado de trocas no Brasil. Quando produzia adequadamente, a BS Colway produzia 200 mil pneus por mês. O faturamento da indústria chegava a R$ 20 milhões. Nos últimos meses, a produção caiu pela metade. E tem sido reduzida ainda mais gradativamente. Simeão ainda não sabe o que fará depois do fechamento, mas adiantou que tem propostas para ir para o Paraguai, para o Uruguai e para Orlando (na Flórida). Ele ainda cogita vender a unidade do Paraná para outros fins. A unidade custou US$ 20 milhões.


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