A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira em Durban a criação do chamado Conselho Empresarial dos Brics, que será formado por empresários dos cinco países do grupo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O conselho vai dar sugestões sobre como melhorar a integração comercial e econômica dos Brics.
Segundo Brasília, os representantes brasileiros serão Murilo Ferreira, da Vale, José Rubens de la Rosa, da Marcopolo, Jorge Gerdau, da Gerdau, Aldemir Guendini, do Banco do Brasil e Harry Schmeizer, da Weg.
"O Brasil saúda com grande satisfação o lançamento do conselho empresarial dos Brics, que complementa os nossos esforços de governos para empreender a discussão sobre os principais temas globais", disse Dilma.
"O Conselho é sem dúvida um mecanismo inovador que vai contribuir para a consolidação da comunidade de negócios entre nossos países. Essas relações já vem sendo criadas de forma expontânea, mas o conselho vai permitir que extrapolem esse padrão inicial."
Dilma ressaltou algumas mudanças que, segundo ela tornariam os países Brics fundamentais para o futuro da economia mundial.
"Pela primeira vez em 2012 os países em desenvolvimento atraíram mais investimentos externos diretos do que os países desenvolvidos. Sómente os países Brics receberam US$ 263 bilhões em ivnestimentos, o equivalente a 20% dos investimetnos externos diretos (no mundo)", afirmou.
"Somos detentores de consideráveis reservas internacionais, na faixa dos US$ 4,5 trilhões. E resistimos à crise global que afeta os mercados países desenvolvidos com políticas que reforçam nossa capacidade e habilidade econômica."
Segundo a presidente, a crescente importância dos países dos Brics como destino de investimentos mostraria "a importância de conselho como forma de ampliar e acelerar a integração estratégica dos países" dos Brics.
Ela mencionou que o Brasil pretende investir US$250 bilhões em obras de infra-estrutura e quer atrair parceiros para tocar esses projetos e citou o caso da sul-africana Airport Company South Africa que estaria atuando na modernização do aeroporto de São Paulo.
Agenda em Durban
Dilma chegou a Durban ontem e se encontrou, depois do almoço, com primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh.
Ela também tinha marcado uma reunião com o anfitrião da cúpula, o presidente sul-africano Jacob Zuma, mas depois de esperar cerca de uma hora para que Zuma terminasse uma conversa com o russo Vladimir Putin, parece ter adiado ou desistido do encontro.
Na manhã desta terça-feira, o discurso da presidente brasileira foi feito durante um café da manhã com os outros quatro líderes dos Brics.
Dilma defendeu que os países dos Brics se distinguiriam por "aplicar modelos de desenvolvimento econômico com inclusão social." Ela lembrou os avanços do Brasil no combate à pobreza extrema e disse que o país teria "no horizonte próximo a superação da miséria", prometendo que isso seria "só o começo".
Dilma disse ainda que o combate à pobreza seria não só uma questão étiica, mas também econômica, por ajudar a ampliar os mercados dos países dos Brics.
Os líderes do Brics devem fazer uma declaração conjunta nesta tarde. Espera-se que anunciem a criação do que vem sendo chamado de Banco dos Brics e a criação de um fundo de reserva de US$ 100 bilhões para socorrer países com problemas de liquidez financeira.