Os brasileiros estão com mais medo de perder o emprego agora em setembro do que no fim do primeiro semestre do ano. O Índice de Medo do Desemprego (IMD), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta terça-feira chegou a 75,3 pontos em setembro. Em junho, o indicador foi de 74,7 pontos. Apesar da alta, a Confederação destaca que o IMD "continua próximo do menor valor da série: 71,6 pontos, apurado em setembro de 2011".
A CNI atribui o aumento do indicador aos dados coletados no Norte/Centro-Oeste do País. Nessas regiões, o medo das pessoas de perder o emprego é maior. O Norte/Centro-Oeste registrou um IMD de 86,2 pontos, o que equivale a um crescimento de 15,1% em relação a junho, que teve IMD de 74,9 pontos.
Nas outras regiões, o medo do desemprego recuou. O Sudeste registrou um IMD de 71,7 pontos em setembro ante a 72,4 pontos de junho. O Sul teve um IMD de 77,2 pontos em setembro e em junho havido sido 78,2 pontos. O Nordeste foi a região onde o medo do desemprego teve maior queda: caiu de 76,3 pontos em junho para 74,5 pontos em setembro.
Por faixa de renda, os brasileiros que recebem até 1 salário mínimo são os que mais temem perder o emprego, registrando um IMD de 80,8 pontos. Por escolaridade, os que têm nível superior são os mais temerosos em ficar desempregados (77,0 pontos).
O Índice de Medo do Desemprego (IMD) faz parte do estudo ''Termômetros da Sociedade Brasileira'', elaborado pela CNI, e que também traz outro indicador, o Índice de Satisfação com a Vida (ISV). Nesse quesito, os brasileiros estão em alta. O ISV de setembro ficou em 106,0 pontos, um dos mais elevados da série, perdendo apenas para dezembro de 2008 (106,3) e setembro de 2010 (106,5).
As mulheres são um pouco mais satisfeitas com a vida do que os homens, com o ISV de 106,9. Os homens registram ISV de 104,9 pontos. Por idade, os brasileiros mais satisfeitos com a vida têm entre 40 e 49 anos (108,5), e por renda aqueles que recebem entre 5 e 10 salários mínimos são os mais satisfeitos (109,7). O Sudeste é a região onde as pessoas são mais felizes (106,6), seguido do Norte/Centro-Oeste (106,2), Sul (105,6) e Nordeste (104,4).
Na avaliação do gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, "o baixo Índice do Medo do Desemprego associado à elevada satisfação com a vida indica que as pessoas estão dispostas a manter o nível de consumo, o que é favorável para a economia". Ele explicou que "o medo do desemprego é maior entre quem está mais satisfeito com a vida, porque há uma tendência das pessoas temerem a perda do que conquistaram".
O ''Termômetros da Sociedade Brasileira'' foi realizado pelo Ibope Inteligência no período de 17 a 21 de setembro de 2012. Mais de 2 mil pessoas foram entrevistadas.