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Brasileiro diz ter perdido R$ 6 mi no mercado imobiliário

17 set 2009 às 19:45

A crise no mercado imobiliário britânico levou o brasileiro Jefferson Melo, de 43 anos, a perder cerca de 2 milhões de libras (aproximadamente R$ 6 milhões) de seu patrimônio, estimado em R$ 64 milhões.

Proprietário de mais de 60 casas em Londres, Melo diz que há três meses chegou a ter 22 quartos desocupados, uma situação que nunca tinha vivido desde 2000, quando começou a comprar casas para alugar.


"Eu fiquei muito preocupado. Perdi mais de 40 inquilinos, fiquei com mais de 20 quartos vazios, quando o máximo é seis", conta o brasileiro, cuja maioria da clientela é formada por brasileiros.


"Muita gente voltou para o Brasil porque perdeu o emprego ou porque o controle da imigração apertou ou porque ficou animado com a reação do país à crise", avalia.


O capixaba se viu obrigado a baixar o preço dos alugueis e, para atrair inquilinos, aumentou o número de anúncios em revistas de outras comunidades estrangeiras e na internet.


"A minha salvação foi que o Banco da Inglaterra (o banco central britânico) diminuiu os juros, e as prestações dos empréstimos das casas caíram também. Do contrário, eu teria ficado numa situação muito difícil", afirma.


Patrimônio


Em entrevista à BBC Brasil, o brasileiro revelou que o melhor ano do seu negócio foi 2007, quando comprou e reformou 20 casas. Na época, ele contava que se arriscou a fazer planos para um futuro próximo e que sua ambição era continuar ampliando o patrimônio com a compra de mais imóveis.


No entanto, o cenário do mercado imobiliário mudou drasticamente meses após a entrevista. A queda do banco americano de investimentos Lehman Brothers, em 15 de setembro do ano passado, simbolizou o colapso do sistema financeiro global e congelou o mercado de crédito em todo o mundo.


O banco britânico que, durante oito anos, ofereceu os empréstimos para que Jefferson pudesse construir seu império imobiliário em Londres, suspendeu os financiamentos.


Luz no fim do túnel


Jefferson Melo voltou a alugar vagas para brasileiros, que, segundo ele, estão regressando a Londres, e também está conquistando imigrantes de outras nacionalidades, como poloneses, portugueses e espanhóis.

Ele reconhece não ter ficado imune às turbulências da recessão, mas diz acreditar que o pior já passou.


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