A Petrobras terá excedente exportável em 2015, disse na tarde desta segunda-feira (25) o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, em apresentação do Plano de Negócios para a imprensa. Segundo ele, a empresa deverá chegar a 2015 produzindo 3,070 milhões de barris por dia (bpd). O mercado consumidor deverá ficar entre 2,536 e 2,643 milhões de bpd em 2015, dependendo dos cenários de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
O parque de refino, no entanto, deverá ainda ter um déficit em relação à produção total. A carga processada em 2015 deverá ser de 2,2 milhões de bpd. Para 2020, a companhia projeta mercado consumidor entre 3,095 milhões de bpd e 3,327 milhões de bpd, ante produção total de petróleo de 4,9 milhões de bpd e carga processada de 3,217 milhões de bpd.
Gabrielli não quis detalhar o desinvestimento de US 13,6 bilhões previsto no novo plano de negócios da estatal. Mas adiantou que na área operacional os desinvestimentos vão se concentrar no exterior, enquanto no lado financeiro, o corte será mais focado no Brasil.
O executivo revelou ainda que os desinvestimentos passam por um farm-out (venda em bloco de ativos de petróleo em áreas exploratórias), venda de participações em empresas onde a Petrobras está e também uma melhoria na gestão de capital de giro.
Segundo o diretor da estatal, Almir Barbassa, uma das possibilidades seria a estatal usar seguro garantia no lugar de deposito de garantia. Com essas estratégias, a companhia consegue arrecadar recursos e ainda diminuir investimentos necessários no setor. "O plano é sólido, financiável e não compromete a saúde financeira da companhia", afirmou Gabrielli.
Gás
A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, disse que a empresa decidiu postergar - ainda sem prazo definido - o projeto de instalação de uma unidade de liquefação de gás, mais conhecida como GNL embarcado, que seria utilizada para escoar o gás natural a ser produzido no pré-sal da Bacia de Santos.
Segundo ela, a companhia não descartou o projeto mas, por enquanto, optou por adotar um gasoduto para fazer o escoamento deste gás, passando pela chamada "rota 3", que leva o combustível para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo ela, o trajeto exato deste gasoduto não foi definido ainda. "Deveremos ter uma decisão em outubro", disse.
Também em outubro, a companhia vai receber os estudos que estão sendo desenvolvidos por suas parceiras, a BG Repsol e Galp sobre a planta de GNL embarcado e poderá vir a reavaliar o projeto nos próximos anos. "Teremos outras revisões do plano e poderemos rever este projeto quando ele estiver mais detalhado e ser mostrar viável", disse.