O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, previu hoje que as exportações brasileiras do agronegócio podem crescer de 5% a 6%, em volume, na comparação com o ano passado. Dados do Ministério apontam que as vendas domésticas recuaram 9,8% em receita em 2009 ante o ano anterior, passando, no período, de US$ 71,8 bilhões para US$ 64,8 bilhões. "O desempenho das exportações no ano passado foi considerado bom tendo em vista que foi um ano de crise", ponderou Stephanes.
Em termos quantitativos, segundo o ministro, houve um decréscimo de 0,4% em volume de vendas. "Os demais setores caíram mais de 30%, enquanto a agropecuária praticamente se manteve estável em termos de volume", comparou. Esses movimentos foram os responsáveis para que a participação do setor no total das exportações brasileiras tivesse passado de 36% em 2008 para 42% no ano passado. Segundo ele, a tendência para 2010 é de redução dessa fatia, já que os outros setores da economia tendem a mostrar recuperação.
Entre os países mais resistentes a adquirir produtos brasileiros estão Canadá, México e Coreia. No caso do México, Stephanes salientou que três questões atrapalham a comercialização. A primeira diz respeito às dificuldades logísticas do Brasil, que encarecem os produtos nacionais. A segunda está relacionada ao Nafta (bloco comercial que facilita o trânsito de produtos entre Canadá, México e Estados Unidos). E a terceira é o fato de o país querer desenvolver sua produção interna sem concorrência externa. "Os americanos estão do lado do México e têm a questão de logística também. Os Estados Unidos colocam o produto pelo Mississippi a custos bem mais baixos do que nós trazemos nossa soja de Mato Grosso até Santos e levar até lá em cima."
Para o ministro, porém, em algum momento o México terá de abrir seu mercado ao Brasil. "Vamos continuar insistindo. Até porque seria importante para o México não ficar preso a apenas um ou dois parceiros", afirmou.