O Brasil registrou o crescimento mais elevado de linhas de créditos internacionais entre todos os mercados emergentes, perdendo apenas para Cingapura, e o sétimo maior do mundo. A alta dos empréstimos externos foi de US$ 11,5 bilhões entre abril e junho e mostrou uma reviravolta em relação à queda de US$ 13 bilhões no primeiro trimestre do ano e US$ 21 bilhões nos últimos três meses de 2008. Quase metade do aumento dos empréstimos - US$ 5,7 bilhões - foi para indústrias fora do setor bancário. Esse mesmo segmento havia sofrido no último trimestre de 2008 uma queda de US$ 8,8 bilhões.
Os dados são do Banco de Compensações Internacionais (BIS, o banco central dos bancos centrais), que nesta quinta-feira, 22, revelou que os empréstimos, créditos e fluxos do sistema financeiro internacional no segundo trimestre do ano continuam caindo no mundo, ainda que a redução seja mais suave.
Sem a correção cambial, a exposição total dos bancos estrangeiros no País passou de US$ 140 bilhões no primeiro trimestre para US$ 153,7 bilhões no final de junho. Mesmo com a recuperação, o montante ficou abaixo dos índices de dezembro de 2008, com US$ 155 bilhões, e de dezembro de 2007, com US$ 157 bilhões.
Graças ao Brasil, a expansão dos créditos na América Latina chegou a US$ 5,8 bilhões, depois de queda de US$ 20,5 bilhões no primeiro trimestre e US$ 44 bilhões no último trimestre de 2008. Enquanto o Brasil expande seus créditos, o México, por exemplo, continua a ver uma retração de US$ 3,9 bilhões.
Se todo o empréstimo de bancos estrangeiros for contabilizado, inclusive pelos bancos internacionais que tem escritórios no País, a alta de créditos é ainda maior. Empréstimos e exposição de bancos passaram de US$ 273,6 bilhões em dezembro de 2008 para US$ 284 bilhões em março. Três meses depois, o volume chegou a US$ 331 bilhões, um terço de tudo o que é dado em créditos na América Latina. O Brasil ainda superou o México, que soma empréstimos totais de US$ 318 bilhões.