O presidente do conselho da BRF, Abilio Diniz, avalia que o Brasil entrou em um novo momento e está de volta aos negócios. A afirmação foi feita ontem a jornalistas, após evento da empresa de alimentos, em Nova York. "Não há melhor lugar no mundo para os investidores no momento que no Brasil", completou. A avaliação contrasta com a declaração que o empresário deu em novembro do ano passado, durante o BRF Day, também em Nova York, quando afirmou que o Brasil estava "em liquidação". Na ocasião, o empresário disse que não havia uma crise econômica no Brasil, mas uma crise política, que afetava a confiança de investidores, empresários e consumidores.
"Ninguém está investindo, porque está faltando confiança", afirmou o empresário no ano passado, destacando que o País estava muito barato para investidores estrangeiros. Na fala de ontem, em evento em que detalhou os planos da BRF para ampliar a presença no mercado internacional, o empresário reforçou que está muito confiante no futuro. "Com a esperança, vem a confiança", afirmou. "O Brasil ainda está barato."
Teto de gastos
Abilio destacou a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que limita o aumento dos gastos públicos, e ressaltou que o ajuste fiscal é essencial para a recuperação da economia. De acordo com o empresário, não é uma tarefa fácil melhorar as contas públicas brasileiras apenas com a PEC, sem elevar tributos, mas seria possível. "Foi (a aprovação da PEC na Câmara) uma grande vitória do governo brasileiro e do Brasil."
"Precisamos equilibrar a situação fiscal do Brasil", disse o presidente do conselho da BRF, ao ser perguntado sobre elevação de tributos. "É errado dizer que o Abilio defende a alta de impostos no Brasil", afirmou, ressaltando que defendeu a CPMF no passado por ser um tributo de mais fácil implementação. Abilio afirmou que a recessão brasileira afetou os negócios da BRF, na medida em que o consumo ficou baixo, mas a companhia conseguiu sustentar bons resultados.
"O ciclo difícil e de desafios acabou. Estamos em um novo momento, o consumo está voltando a crescer de novo. A perspectiva é muito positiva", afirmou. "Tudo que é bom para o Brasil é bom para a companhia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.