O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta (23) que a adição de 5% de biodiesel ao diesel consumido no Brasil foi antecipada em três anos. O chamado B5, que entraria em vigor apenas em 2013, já será obrigatório em janeiro de 2010.
"É um combustível menos poluente e mais gerador de empregos. Temos todas as razões do mundo para consagrá-lo. O Brasil pode se apresentar como um grande referencial mundial em conhecimento tecnológico e capacidade produtiva", disse Lula.
A expectativa, de acordo com a Presidência da República, é de que o B5 aumente a produção de biodiesel para 2,4 bilhões de litros em 2010, fortalecendo a posição do Brasil na liderança mundial de energias renováveis em escala comercial. Para Lula, o país é hoje respeitado mundialmente e é preciso aproveitar o que chamou de "momento de ouro" para transformar o futuro em políticas sociais e econômicas "sólidas".
O ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, cobrou que é preciso "fazer do biodiesel uma realidade". Segundo ele, o país vai se beneficiar com a geração de emprego e renda lideradas pela produção do biodiesel, além da menor emissão de CO2 na atmosfera.
O presidente lembrou que a nova mistura deverá contribuir também para reduzir a importação de diesel pelo Brasil. Ele destacou que o país não pode continuar a depender apenas da soja. Perdemos 28 anos [desde que o biodiesel foi patenteado, em 1975]. Essa decisão já deveria ter sido tomada", afirmou.
Lula acredita que a crise econômica mundial veio "provar" que o Estado precisa ser regulador e, ao mesmo tempo, indutor. "Isso aumenta as nossas responsabilidades", disse, ao sugerir que reuniões sobre biodiesel sejam realizadas pelo menos uma vez ao ano."Se a gente não induzir o cidadão, não vai acontecer. Temos que dizer que queremos, que vamos comprar, que vamos usar e qual a política de incentivo", finalizou.