Pela terceira sessão consecutiva - ou a oitava vez em nove dias - a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve novamente um fechamento em alta, após uma trajetória bastante volátil durante as negociações. A realização de lucros que tomou conta do pregão em várias ocasiões não encontrou forças para ir adiante. E isso abriu espaço para o índice Bovespa (Ibovespa), no final da sessão, enfim romper o patamar de pontos de 1º de junho, até então, o maior de 2009.
O Ibovespa, assim, fechou em alta de 0,17% na pontuação máxima do ano, aos 54.548,99 pontos, também o maior nível desde os 55.162,1 pontos de 1º de setembro do ano passado. Na mínima pontuação do dia, o Ibovespa registrou 53.943 pontos (-0,94%) e, na máxima, os 54.886 pontos (+0,79%). No mês, acumula alta de 5,99% e, no ano, de 45,27%. O giro financeiro somou R$ 4,132 bilhões. Os dados são preliminares.
O vaivém doméstico acompanhou o movimento norte-americano, mas o comportamento das ações da Vale deu sustentação ao índice, se sobrepondo às ordens de vendas. Além da alta do preço dos metais no exterior, duas outras razões justificam as compras destes papéis: o 'atraso' de Vale em relação à Petrobras e a expectativa de que o acordo para o minério de ferro com as siderúrgicas chinesas tenha um desconto em torno de 28%, mesmo porcentual acertado com as japonesas. As negociações ainda prosseguem e, segundo uma fonte ouvida pela Dow Jones, não devem terminar esta semana.
É importante lembrar ainda que a mineradora divulga seu balanço trimestral na próxima quarta-feira, dia 29. Vale ON terminou em alta de 0,68% e Vale PNA subiu 0,78% hoje.
Mas a principal orientação do mercado continuou sendo o comportamento das Bolsas norte-americanas, que hoje não se fiaram apenas no surpreendente dado de vendas de imóveis novos. Resultados mistos divulgados pelas empresas e a atividade industrial do Meio-Oeste também favoreceram uma realização de lucros, igualmente absorvida durante o pregão. Segundo o Departamento do Comércio norte-americano, as vendas de imóveis novos dispararam 11% em junho. Esse indicador foi parcialmente neutralizado pelo dado de atividade industrial do Meio-Oeste dos EUA. Este índice apurou queda de 0,3% em junho ante maio, para nível sazonalmente ajustado de 78,1, o menor em 16 anos. No final, o Dow Jones terminou com alta de 0,17%, aos 9.108,51 pontos, o S&P subiu 0,30%, aos 982,18 pontos, e o Nasdaq avançou 0,10%, aos 1.967,89 pontos.
No Brasil, se Vale foi o que contou a favor para os ganhos da Bolsa, Petrobras e siderúrgicas jogaram contra. As ações da estatal do petróleo fecharam na contramão do petróleo, que avançou 0,48%, para US$ 68,38 o barril no contrato com vencimento em setembro negociado na Bolsa Mercantil de Nova York. Em dia de volume não tão forte de negócios, os investidores, segundo operadores, podem ter escolhido realocar os recursos das carteiras, hoje escolhendo Vale em detrimento da Petrobras. Petrobras ON recuou 0,12%, e Petrobras PN cedeu 0,15%. Gerdau PN caiu 1,09%, Metalúrgica Gerdau PN, 0,88%, e Usiminas PNA, 0,10%. CSN ON, na contramão, subiu 0,32%.