O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que o governo vai manter a proposta de elevar o salário mínimo para R$ 540 em 2011, apesar da pressão das centrais sindicais para elevar o valor para R$ 580. O ministro disse que deverá haver nova rodada de negociação com as centrais na próxima terça ou quarta-feira, em Brasília. Ele espera que o acordo seja fechado até meados de dezembro.
De acordo com Bernardo, o valor de R$ 540 segue o critério do acordo fechado com as centrais sindicais em 2006, com validade até 2023, de corrigir o mínimo pela inflação do ano anterior e pela variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois antes. "Nós manifestamos para as centrais que consideramos o acordo vitorioso e exitoso. Ele garantiu um aumento real de 60% para o mínimo durante o governo Lula, ajudou a alavancar o mercado interno, o comércio, a economia e ajudou a aplacar a crise econômica", afirmou.
Para o ministro, se as centrais quiserem modificar a política de reajuste do mínimo, precisará ser discutida a criação de um novo critério. "Mas se é para manter tem de fazer a conta e ver o que dá", afirmou. De acordo com o ministro, o presidente Lula manifestou decepção pelo fato de que o acordo ainda não se tornou lei e precisa ser votado todos os anos por meio de medida provisória. Segundo ele, Lula teria dito que iria consultar a presidente eleita Dilma Rousseff caso ela deseje "fazer alguma inflexão na política do mínimo".
Sobre a afirmação do senador Gim Argello (PPB-DF), que teria dito em reunião realizada ontem, em Brasília, que há espaço para elevar o mínimo a R$ 560 ou R$ 570, Bernardo disse que o Congresso seguirá aquilo que for acordado entre o governo e as centrais. Ele ironizou o fato de que a reunião realizada a portas fechadas teria sido vazada para a imprensa. "Nós somos um governo notável. Nos reunimos e transmitimos online. Foi quase uma coletiva. Só faltou perguntas dos jornalistas", disse.