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BC reduz previsão de crescimento da economia para 2,5%

28 jun 2012 às 10:58

O Banco Central revisou a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2012 de 3,5% para 2,5%. A nova projeção consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado pela instituição na manhã dessa quinta-feira (28).

Um dos principais motivos para o pessimismo do BC é a perspectiva para a atividade agrícola. O documento aponta uma estimativa de queda de 1,5% para o PIB do setor em 2012, uma diferença de 4 pontos porcentuais na comparação com a previsão anterior.


O BC explica no documento que a revisão refletiu, em especial, o resultado negativo do primeiro trimestre do ano, quando o segmento registrou queda de 8,5% em relação ao período equivalente de 2011. A autoridade monetária deu destaque para as perdas na produção de soja.


Para a indústria, a estimativa de crescimento do BC é de 1,9% - uma queda de 1,8 ponto porcentual sobre a projeção anterior. Já o crescimento para o setor de serviços foi revisto de 3,3% para 2,8% pelo BC.
Além de reduzir estimativas de expansão dos três ramos de atividade que compõem o PIB, o Banco Central informou ainda que revisou também sua estimativa para o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma taxa que sinaliza os investimentos do País, de 5% para 1%.


O BC diminuiu também a projeção de crescimento do consumo das famílias, que deve ser de 3,5%, e não mais de 4%, conforme constava no documento divulgado três meses atrás. A previsão do consumo do governo, porém, foi mantida em 3,2%.


Com isso, a contribuição da demanda interna para a expansão anual do PIB está estimada em 2,7 pontos porcentual, a menor desde 2005, com exceção de 2009. Já a do setor externo deverá exercer impacto negativo de 0,2 ponto porcentual para a evolução do agregado em 2012.


Segundo o BC, todas as estimativas incorporam os resultados do primeiro trimestre de 2012; dados preliminares referentes ao segundo trimestre, período em que a retomada da atividade vem ocorrendo de forma bastante gradual; e a atualização do cenário macroeconômico para a segunda metade do ano.


Inflação


O Banco Central também revisou a sua projeção para o IPCA em 2012, no cenário de referência, de 4,4% para 4,7%. Para 2013, a estimativa caiu de 5,2% para 5%. Para o IPCA em 12 meses até o 2º trimestre de 2012, a projeção segue em 5,00% no cenário de referência. Até o 3º trimestre, subiu de 4,4% para 4,6%.


O Banco Central revisou a sua projeção para o IPCA em 2012, no cenário de mercado, de 4,5% para 4,7%. Para 2013, a estimativa caiu de 5,3% para 4,9%. Para o IPCA em 12 meses até o 2º trimestre de 2012, a projeção segue em 5,0% no cenário de mercado. Até o 3º trimestre, subiu de 4,4% para 4,6%.


A chance de estouro do teto da meta em 2012 segue em 3% no cenário de referência. Para 2013, caiu de 22% para 18% no mesmo cenário. No cenário de mercado, a chance de estouro do teto da meta em 2012 caiu de 2% para 1%. Para 2013, recuou de 25% para 20% no cenário de mercado.


De acordo com o BC, a data de corte das informações foi o dia 8 de junho de 2012. O cenário de referência pressupõe manutenção da taxa de câmbio constante em R$ 2,00 e meta para a taxa Selic em 8,50% ao ano. No Relatório de Inflação de março de 2012, foram considerados câmbio de R$ 1,75 e Selic de 9,75% ao ano. Para o último trimestre de 2013, passou de R$ 1,75 para R$ 1,88. Para o segundo trimestre de 2014, a projeção é de uma taxa de câmbio média de R$ 1,89.


Juro


Em relação à taxa Selic média, as expectativas para 2012 e 2013 caíram. Para o último trimestre de 2012, a taxa média recuou de 9,00% para 8,00% ao ano. Para o último trimestre de 2013, de 10,00% para 8,92% ao ano. Para o segundo trimestre de 2014, as expectativas indicam taxa Selic média de 8,93% ao ano.

Segundo o BC, essa trajetória para a Selic "é consistente com spreads para o swap pré-DI de 360 dias de -12 p.b. e de 67 p.b., em relação à atual meta para a taxa Selic (8,50% a.a.), no quarto trimestre de 2012 e de 2013, respectivamente".


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