A renda do brasileiro ainda é insuficiente para arcar com os custos de um computador e com o acesso à internet. Esse fator, verificado na TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) domicílios 2009, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dificulta a expansão da banda larga no País.
Para 74% da população pesquisada, o preço do computador é o principal obstáculo para não possuírem o equipamento e, consequentemente, não terem acesso à rede virtual.
Em uma outra pesquisa, também do IBGE, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), os principais motivos apresentados por quem não tem acesso à internet foram não achar necessário (32,8%), não saber utilizá-la (31,6%) e não ter acesso a microcomputador (30%).
Na avaliação da Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações), o marco regulatório de compartilhamento de infraestrutura seria essencial para promover mais competição e, consequentemente, diminuição dos preços e acesso aos serviços.
Além disso, defende a associação, o governo deveria incentivar a utilização dos fundos específicos de telecomunicações, como o Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) e o Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações). Desde 2001, eles já recolheram mais de R$ 36 bilhões aos cofres públicos e têm servido apenas para fazer superavit primário.
Os serviços de telecomunicações no Brasil são caracterizados pela elevada carga tributária, uma das mais altas do mundo. Os impostos correspondem a mais de 43% dos preços dos serviços de telecomunicações.
Segundo dados da UIT (União Internacional de Telecomunicações), o brasileiro paga em tributos mais que o dobro do que paga o latino-americano.
Como forma de mensurar os gastos dos brasileiros com a carga tributária sobre os serviços de banda larga, a UIT aplicou os mesmos ônus nacionais nos serviços de telecomunicações da Alemanha.
O resultado, caso fosse aplicado na vida real, traria muita dor de cabeça aos internautas alemães, já que o gasto com banda larga passaria dos atuais 1,23% da renda mensal per capita para 8,71%. O país cairia ainda no ranking mundial dos que menos comprometem sua renda em gastos com banda larga, da 30ª para a 92ª posição.
Conexões
Na contramão da carga tributária, os preços médios cobrados no Brasil para conexões rápida de internet está na média do grupo que paga menos pela velocidade na web.
Segundo levantamento realizado no ano passado, também pela UIT, o preço médio cobrado no Brasil para uma conexão de 256 Kbps era de US$ 28,03, o que representa quase a metade do preço cobrado em 2008.
Frente a países da América Latina,o Brasil tem o segundo menor preço, sendo superado apenas pelo México, onde o valor médio é de US$ 16,24. Na Argentina, o preço sobe para US$ 31,22, na Venezuela é US$ 31,31, na Colômbia, de US$ 34,78, no Peru, de US$ 36,46 e no Chile, de US$ 48,15.
Além disso, o preço da banda larga no Brasil corresponde a 4,58% da renda mensal per capita, inferior a outros países que têm perfil de desenvolvimento parecido com o do Brasil, como a China (7,19%) e Índia (5,84%).
No que se refere à velocidade da conexão, a brasileira é a terceira mais rápida da América Latina e as redes de acesso irão cobrir 80% da população do País já no próximo ano. (Fonte: InfoMoney)