Uma das 108 reivindicações aprovadas em assembleia geral dos bancários realizada nesta quarta-feira (29) foi o aumento do expediente bancário de cinco horas diárias (das 11 às 16 horas) para oito horas diárias (das 9 às 17 horas). Isto obrigaria as agências bancárias a funcionarem em dois períodos, o que criaria novos empregos e melhoraria o atendimento à população, argumentam os sindicalistas.
"Nesta mesma linha, também aprovamos o pedido para que os banqueiros criem mecanismo para evitar que os clientes fiquem mais de 15 minutos nas filas", afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, Wanderley Crevellari. Hoje, várias cidades, como Londrina, já estabeleceram tempo máximo de espera. Aqui, o tempo é de 15 minutos em dias normais e de 20 minutos após feriados bancários.
Assédio moral
Na pauta dos bancários também está um pedido categórico para o fim das "metas abusivas", que consistem em obrigações estipuladas para cada funcionários em relação à comercialização de serviços oferecidos pelos bancos, como venda de seguros, abertura de contas e ativação de cartões de crédito. "Os funcionários têm um cota impossível de ser cumprida e isso acaba se convertendo em estresse e danos à saúde da categoria", explicou Crivellari.
Mas os clientes também são prejudicados pelas metas abusivas e pelo assédio moral. "Os funcionários acabam sendo obrigados a "empurrar" determinados produtos e até fazer a venda casada, como oferecer empréstimo se a pessoa passar a utilizar um cartão de crédito", ilustrou o sindicalista. Se não cumprem a cota de vendas, disse Crivellari, os funcionários são "perseguidos" em bancos públicos e até demitidos em bancos privados.
Reposição salarial
Em relação às reivindicações trabalhistas, está o pedido de reposição salarial de 10%, sendo cerca de 4,5% relativos à inflação do período e o restante de ganhos reais. Os protestos também serão intensificados em caso de demissões. Outro ponto da pauta é a melhoria da segurança nas agência, para evitar roubos e mortes.
A pauta será enviada à Fenaban, a Federação Nacional dos Bancos, nos próximos dias. As negociações serão realizadas em agosto e eventuais protestos e paralisações só serão definidos a partir de setembro, caso os pedidos não sejam atendidos.