A evolução trimestral da produção industrial mostrou uma "trajetória descendente" na atividade da indústria brasileira ao longo de 2010, nas palavras do gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo. A produção da indústria brasileira subiu 3,1% no primeiro trimestre de 2010; desacelerou para 1,1% no segundo trimestre; caiu 0,6% no terceiro trimestre; e recuou 0,1% no quarto trimestre, sempre na comparação com trimestre imediatamente anterior.
O especialista admitiu que a alta acumulada de 10,5% na produção industrial de 2010, a mais forte desde 1986, foi beneficiada por uma base de comparação mais fraca, referente ao ano de 2009 - quando a indústria brasileira ainda sentia os efeitos negativos da crise global. Ele comentou ainda que, na prática, o bom desempenho anual do ano passado foi praticamente sustentado pelo resultado do primeiro trimestre de 2010.
Macedo lembrou que o primeiro trimestre foi o período em que a indústria ainda se beneficiava de medidas de governo de isenção fiscal, relacionadas à redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). "As medidas de isenção fiscal beneficiaram o desempenho de bens duráveis, de bens intermediários, e de capital. Isso ajudou na elevação mostrada no primeiro trimestre, mas esta alta não se manteve", disse. "Houve, claramente, uma redução no ritmo da produção industrial como um todo (em 2010)", afirmou.