A movimentação nos bancos públicos e privados um dia após o término da greve dos bancários foi grande ontem em Londrina. Como era esperado, milhares de pessoas tiveram que ter muita paciência para conseguir atendimento nas agências da cidade, principalmente quem precisava realizar alguma transação diretamente nos caixas.
Para Wanderley Antonio Crivelari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, o Procon poderia abrir uma exceção para o tempo nas filas nesses primeiros dias pós-greve. ''É natural esse tipo de movimento após 15 dias de paralisação. Nesse momento, as pessoas devem ficar atentas a real necessidade de irem até os bancos. Entre hoje (ontem) e segunda-feira o movimento deve ser grande. Na terça o fluxo deve começar a voltar ao normal'' disse Crivelari.
Carlos Neves Junior, coordenador do Procon do município, salientou que não é possível abrir esse tipo de exceção, já que ele ''tem que agir dentro da lei''. ''Ainda não recebi nenhum comunicado à respeito desse assunto. À princípio, não vejo a possibilidade de realizar tal ação. É um risco que os bancos corriam e deviam ter realizado uma previsão sobre esse aumento de movimento'', comentou Neves.
Por meio de sua assessoria, o Sindicato dos Bancários de Londrina disse que ''são os bancos que tem que responder pelos transtornos causados pela greve, já que a pauta de reivindicações dos bancários foi entregue às instituições financeiras em agosto''.
Filas
Com ou sem exceção do Procon em relação às filas pós-greve, em algumas agências da área central da cidade o fluxo chegou a dobrar ontem. Numa das agências do Banco do Brasil (BB) o fluxo subiu de 300 para cerca de 650 pessoas. ''O cliente que pode esperar mais uns dois dias para vir até o banco é bom aguardar. É interessante que venha até a agência quem realmente precisa resolver algo de maior urgência'', explicou Elisberto Torrechila, gerente geral da agência.
O zootecnista Rodrigo Souza Dias é um desses clientes que precisava resolver ontem seu problema com o cartão de crédito. Ele recebeu um cartão com defeito e necessitava desbloquear o novo na boca do caixa. ''O movimento esta pior que os dias normais. A greve é um direito dos bancários, por isso temos que encarar esse transtorno com naturalidade'', ressaltou o rapaz.
Já o vendedor José Geraldo Pereira estava um pouco mais incomodado com o fluxo intenso de pessoas no banco Itaú. Ele teve que ir até a agência pela manhã e também no período da tarde. ''Vim para pagar contas no caixa. Aguardei por volta de meia hora de manhã e mais meia hora agora à tarde. E olha que minha mulher está grávida, a fila preferêncial está mais demorada ainda'', comentou o vendedor.
Para a professora Sandra Regina Carvalho, a maior esperança era conseguir compensar um cheque de pagamento que recebeu no dia primeiro de outubro. Entretanto, com as grandes filas na Caixa Econômica, ela precisou fazer o depósito no caixa eletrônico. ''Agora vou ter que esperar um ou dois dias para o cheque compensar. Já perdi umas duas horas do serviço hoje (ontem), e vou perder mais quando tiver com o dinheiro para pagar as contas. É um absurdo'', protestou a professora.