O governo quer adotar em todos os imóveis residenciais do País o medidor eletrônico de energia, que permite controle mais eficiente de gastos e operações remotas. Isso significa que verificações e desligamentos podem ser realizados sem a visita de um técnico.
A resolução que determina a troca do medidor analógico pelo inteligente está em consulta pública até dezembro. Uma vez aprovada, as distribuidoras terão 18 meses para adotar o novo padrão em trocas de equipamentos quebrados e novas ligações.
Segundo Hugo Lamin, especialista em regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a resolução deve ser aprovada no primeiro trimestre de 2011. Os novos medidores deverão, portanto, ser instalados em 2012.
Há a intenção, num segundo momento, de substituir todos os 63 milhões de medidores do País, quebrados ou não. Não há data definida para essa etapa. Atualmente, 7,4% dos medidores são eletrônicos, e dentro desse pequeno universo poucos têm todos os recursos exigidos pela agência.
''Este é o primeiro passo para a rede elétrica inteligente no Brasil'', disse André Pepitone, diretor da Aneel. O modelo de rede inteligente, ou ''smart grid'', no inglês, está disseminado em Estados Unidos, Canadá, Austrália, África do Sul, México e países da Europa.
Pela proposta em consulta pública, o novo medidor deverá atender requisitos mínimos, como a possibilidade de mostrar o nível de consumo em cada horário do dia.
A troca de medidores prepara o sistema elétrico para mudanças profundas, como a adoção de quatro tarifas diferenciadas ao longo do dia. A energia teria um preço mais elevado em horário de pico, que hoje vai das 19h às 22h, e custaria menos quando a demanda cai. A intenção do governo é diminuir perdas de energia e reduzir horários de pico.