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Alta no atacado não muda trajetória de queda na previsão de inflação

Agência Estado
10 jan 2017 às 14:30

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- Reprodução/Pixabay
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As altas de preços no atacado dos alimentos in natura, da gasolina, do diesel e do minério de ferro, principalmente, puxaram a aceleração da primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de janeiro. Segundo o superintendente adjunto para Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros, os avanços são normais nesta época do ano, e não vão contra o cenário de queda da inflação ao consumidor neste ano.

Mais cedo, a FGV informou que o indicador subiu 0,86% na primeira prévia de janeiro, ante avanço de 0,20% na primeira prévia do mesmo índice de dezembro. O IPA-M, que representa os preços no atacado, avançou 1,13%, após alta de 0,30% na primeira prévia de dezembro.

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"Janeiro é um mês de inflação elevada, com altas sazonais, mas por conta de fatores próprios deste período. Não representa uma mudança na tendência. A inflação será maior do que a de dezembro porque há uma série de coisas que são típicas de janeiro", disse Quadros.

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A alta nos preços dos alimentos in natura, como hortaliças, frutas e verduras, tem a ver com fatores climáticos, como mais chuva e calor. Com isso, o grupo dos "alimentos in natura" no atacado passou de -4,97% na primeira prévia de dezembro para 1,96% em janeiro. Quadros destacou o tomate, cujo preço encolheu 7,97% na primeira prévia de dezembro e, em janeiro, avançou 6,97%.

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Os acréscimos na gasolina (que passou de -1,92% em dezembro para 3,89% janeiro) e no diesel (-6,64% para 4,53%) são fruto da nova política de preços da Petrobras, disse Quadros, e refletem a elevação das cotações internacionais do barril de petróleo. Já o minério de ferro passou de uma alta de 12,60% na primeira prévia de dezembro para 16,23% em janeiro.


Quadros vê um movimento maior de recuperação nas cotações das commodities industriais, que inclui a celulose, além do petróleo e do minério de ferro, e tem a ver com sinais de manutenção da demanda elevada da China e, até mesmo, de alguma recuperação do crescimento econômico na Europa. "Isso não vai obrigar ninguém a refazer projeção para a inflação", disse o pesquisador da FGV.

Por outro lado, lembrou Quadros, quando a safra de grãos começar a ser colhida, a partir de março, pode haver queda nos preços da soja e do milho no atacado.


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