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Álcool chega perto dos R$ 2 em Londrina

19 jan 2011 às 08:40

A expectativa de aumento nos preços do álcool que rondava os postos de combustíveis nos últimos dias começou a se confirmar no início desta semana em Londrina. Os valores na bomba, que estavam com preço médio de R$ 1,85 segundo informação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), já atingiram R$ 1,99 em diversos estabelecimentos de Londrina e também de Maringá. Até o final da semana, a grande maioria dos postos da região devem repassar ao consumidor essa elevação que varia entre 6% e 8%, com tendência do litro ultrapassar os R$ 2,00 nos próximos meses.

A principal justificativa para o aumento é o período de entressafra da cana-de-açúcar, que segue até abril. Segundo Adriano Silva Dias, superintendente da Associação de Produtores de Bionergia do Estado do Paraná (Alcopar), as principais usinas já pararam de moer e estão com fluxo de caixa equilibrados no momento. ''Com a queda da pressão nas vendas, a tendência é que os preços subam ou equilibrem. Não acredito que (o álcool) vá aumentar mais, já que a competitividade com a gasolina está bem próxima. Mas mercado é mercado, não dá para prever o que vai acontecer'', ressalta Adriano.


Já Durval Garcia Junior, vice-presidente regional do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Paraná (Sindicombustíveis-PR), diz que na época de entressafra as companhias acabam subindo os preços do álcool quase diariamente. ''Temos ainda dois meses e meio para o final desse período, por isso a tendência é que o álcool suba ainda mais até lá. Em dezembro, as distribuidoras estavam comercializando o litro de álcool na média de R$ 1,68. Hoje o valor é de R$ 1,75'', calcula Durval.


O representante do Sindicombustíveis salienta que o Governo deveria diminuir a quantidade de álcool na gasolina de 25% para pelo menos 15%, pois assim haveria maior oferta do combustível no mercado, diminuindo seus preços na bomba. ''Mas essa medida tem que ser tomada agora, não adianta esperar até março''.


Para Adriano, o Governo não possuir estoques reguladores de mercado acaba trazendo transtornos nesse tipo de caso. ''É em relação a todos os produtos. Se isso fosse feito, o mercado ficaria abastecido, sem sobressaltos, tanto para cima quanto para baixo'', complementa.


A FOLHA entrou em contato com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuídoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), mas a assessoria da entidade disse que como o preço é livre, cada distribuídora deve justificar o aumento. Já a assessoria de uma das principais distribuídoras do Brasil, a Petrobrás, também relatou que a companhia não comenta preços, pois ''eles são livres na bomba''.



Postos seguravam aumentos das distribuidoras


A FOLHA conversou também com dois proprietários de postos de combustíveis - um de Londrina e outro de Maringá - que comentaram sobre o aumento do preço do álcool na bomba. Segundo o dono do posto em Londrina, que preferiu não se identificar, os preços das distribuídoras subiram duas vezes desde o dia primeiro de janeiro. Até ontem, ele segurava o preço a R$ 1,86, mas por pouco tempo. ''Está complicado trabalhar nesse valor, por isso pretendo subir no mínimo dez centavos. Os valores aumentaram faz tempo, mas a gente não havia repassado para o consumidor'', relatou ele.

Já o proprietário de posto em Maringá, que está trabalhando com o preço de R$ 1,99, disse que os valores vão aumentando nos postos a cada dia de acordo com o repasse de cada distribuidora. ''Tudo vai depender da compra da companhia. Já percebi a elevação do consumo de gasolina nas últimas semanas, que vai permanecer daqui pra frente'', complementou o comerciante.


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