A internacionalização do aeroporto de Maringá, confirmado por portaria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em 2007, entra em sua fase prática na segunda quinzena de agosto, quando está previsto o pouso do primeiro avião cargueiro vindo de Miami, Estados Unidos. O anúncio foi feito ontem pelo superintendente do aeroporto, Marcos Valêncio. Inicialmente, os vôos internacionais terão frequência quinzenal.
Para alcançar a categoria ‘internacional’, o aeroporto se redesenhou como terminal para adequar-se às exigências da Anac e da Receita Federal. Os investimentos para satisfazer os protocolos de terminal de carga, cerca de R$ 4 milhões, foram feitos pela iniciativa privada. A movimentação de produtos exigiu aquisição de equipamento francês avaliado em R$ 1 milhão.
Ainda que já esteja autorizado a receber e movimentar cargas internacionais, de acordo com documento da Receita Federal, o terminal precisa ser ampliado para permitir frequência mais intensa de vôos internacionais. Recursos do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Profaa), no valor de R$ 3,6 milhões, vai permitir a construção do pátio de manobras para aeronaves, que deverá ter de 13 mil metros quadrados.
A previsão é que as obras estejam concluídas no primeiro semestre de 2010. O reforço da infra-estrutura para pouso, decolagem e taxiamento de aeronaves faz parte da ampliação do aeroporto, que pretende se consolidar como referência na recepção de cargas internacionais, condição esperada por diversas empresas que antes recebiam seus produtos por Curitiba.
De acordo com Richard Michels, superintendente da Aldo Componentes, empresa da área de insumos eletrônicos, o desembaraço alfandegário de produtos na capital gera diversos transtornos burocráticos e de logística, encarecendo a importação. ‘O trecho terrestre que a mercadoria deve percorrer desembarcando em Curitiba infla os custos, ao exigir o cumprimento de diversas exigências legais’, diz Michels.
Para o transporte do produto importado, a Receita Federal exige veículo homologado pelo órgão, com rastreamento por satélite e, em alguns casos, até escolta para garantir a segurança da mercadoria transportada. ‘Tudo isso acrescenta valores adicionais à carga’, afirma Michels. A empresa importa, em média, 40 toneladas de produtos por mês dos Estados Unidos.
O superintendente do aeroporto, Marcos Valêncio, prefere não projetar o volume de carga que será movimentado mensalmente no terminal internacional. Baseado somente no volume de importação da Aldo Componentes, é de se supor que o terminal movimente inicialmente cerca de 100 toneladas/mês.