O preço da gasolina pode ficar mais caro para o consumidor final. O aumento é resultado da elevação do percentual de álcool na gasolina que passou de 20% para 25% desde o último sábado. A estimativa é que a gasolina suba de R$ 0,03 a R$ 0,10, dependendo de cada posto de combustível. O reajuste deve ocorrer mesmo em meio a safra de cana-de-açúcar, que traz uma grande oferta do produto ao mercado.
Os revendedores já estão recebendo o produto das distribuidoras com aumento de até R$ 0,10 por litro desde a última segunda-feira. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, quem não tiver uma margem de lucro segura, vai repassar para o consumidor. Ele defende que os cálculos do sindicato apontaram que a alta para os postos deveria ser de apenas R$ 0,03.
A pesquisa semanal de preços realizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), apontou um valor médio para a gasolina em Curitiba de R$ 2,52 na semana de 25 de abril a 1º de maio. No último mês, o produto subiu 8,62% e custava R$ 2,32 na semana de 4 a 10 de abril.
Na Capital, a gasolina pode ser encontrada de R$ 2,29 a R$ 2,59. Hoje, ainda vale a pena abastecer com gasolina, considerando o preço médio de R$ 2,52 para a gasolina e de R$ 1,60 para o álcool. É compensador quando o preço do álcool não ultrapassa 70% do valor da gasolina.
No último mês, o produto também ficou mais caro em Londrina e passou de um preço médio de R$ 2,37 para R$ 2,57, ou um aumento de 8,43%. Os preços variam de R$ 2,55 a R$ 2,59.
Etanol
O álcool também não ficou para trás em termos de aumento. Em Curitiba, o valor do produto subiu 18,51% nas últimas quatro semanas e passou de um preço médio de R$ 1,35 para R$ 1,60. Pode ser encontrado desde R$ 1,35 até R$ 1,69 na Capital. No mesmo período, o preço nas distribuidoras foi elevado de R$ 1,20 para R$ 1,26.
Em Londrina, o álcool foi de R$ 1,29 para R$ 1,66 no último mês, o que significa um aumento de 28,68%. O produto pode ser encontrado nos postos da cidade por R$ 1,55 até R$ 1,69.
De acordo com levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o preço do álcool hidratato caiu nas destilarias de São Paulo, principal centro produtor e passou de R$ 0,91 em 9 de abril para R$ 0,74 em 30 de abril, o que mostra uma queda de 18,68%.
O presidente da Associação de Bionergia do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, lembrou que em uma mesma cidade pode-se encontrar o álcool por R$ 1,17, R$ 1,50 e R$ 1,40. O produto sai das usinas hoje por R$ 0,95 e tem se mantido neste patamar nos últimos 20 dias.
Para ele, um preço ideal para o consumidor seria de R$ 1,35 a R$ 1,40. Tormena explica que, nas usinas, a tendência é os preços caírem mais com a oferta maior da safra de cana-de-açúcar que vai de meados de março até dezembro.
Fregonese esclareceu que a pesquisa do Cepea mostra o preço no atacado e a da ANP é defasada e não reflete a realidade de mercado. Isso porque, segundo ele, geralmente, os postos vendem hoje o álcool que compraram há 20, 30 dias. O sindicalista destacou ainda que o álcool que foi comprado na metade do mês passado tinha subido 19%.