A situação do emprego na indústria de transformação paulista deve atingir o "fundo do poço" neste ano e apresentar leve recuperação a partir de 2013, avaliou nesta terça-feira o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. "O ano de 2013 não vai ter outros 3% de queda no emprego com relação ao ano anterior", afirmou, durante a divulgação do Índice do Nível de Emprego de setembro.
DE acordo com o índice, na comparação igual mês de 2011, o indicador de setembro deste ano registrou queda de 2,85%, na série sem ajuste sazonal. Em relação a agosto, também na série sem ajuste, a variação foi de -0,01%.
A expectativa da Fiesp é de que até dezembro a indústria do Estado feche entre 75 mil e 80 mil postos de trabalho no ano. De acordo com Francini, indústrias que tinham grande número de funcionários, como os setores têxtil e de confecções, foram "muito agredidas pela penetração de importados".
"Essa mudança estrutural no emprego faz que voltar a crescer seja complicado, dadas as perdas e as fragilidades de alguns setores", afirmou Francini. Apesar disso, o diretor da Fiesp ressaltou que o governo federal está atento e tenta melhorar a situação da indústria de transformação.
Ele lembrou que medidas como o Programa de Investimentos em Logística, anunciado em agosto, que prevê a aplicação de R$ 133 bilhões na reforma e construção de rodovias federais e ferrovias e terá uma segunda etapa com investimentos em portos e aeroportos, são importantes para o setor industrial, mas o efeito demorará no mínimo de 12 a 18 meses para aparecer. "Até gerar atividade econômica de fato leva um tempo."