O nível de emprego formal no Paraná cresceu 0,46% no mês de agosto, com a criação de 6.764 postos de trabalho. O total de trabalhadores com carteira assinada atinge 1,48 milhão de pessoas no Estado. O resultado apresentado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) revela que o crescimento do nível de emprego está ocorrendo pelo oitavo mês consecutivo. O economista Cid Cordeiro disse que está surpreso diante da conjuntura econômica que é de desaceleração desde o segundo trimestre do ano.
O nível de emprego do mês de agosto deste ano foi o melhor desde agosto de 1990, constatou o Dieese. Os segmentos de ensino, instituições financeiras (bancos) e saúde sustentaram a expansão do emprego. De acordo com Cordeiro, os bancos que vinham demitindo trabalhadores no segundo trimestre, voltaram a contratar a partir de julho, com reflexos no índice de agosto. A indústria de alimentos recupera os empregos perdidos no ano passado. E o segmento do comércio varejista foi responsável pela criação de 1.153 postos de trabalho, no mês, mesmo sem registrar datas comemorativas.
Na avaliação de Cordeiro, o bom desempenho desses indicadores está ocorrendo em função de vários fatores. Entre eles o aumento do salário mínimo, que está sustentando o aumento no consumo de bens não-duráveis, como alimentos e vestuário. Em cenários de crise e temor pela perda do emprego, as pessoas tendem a consumir bens não-duráveis e se retraem no consumo de bens duráveis (automóveis, eletroeletrônicos).
Outro aspecto citado pelo economista é que a economia ainda carrega resquícios otimistas do primeiro trimestre do ano. Por fim, mesmo com a desaceleração, as empresas não demitiram em volumes significativos na expectativa de que a economia podia ser reativada a qualquer momento. Cordeiro ressalta que essa avaliação ocorria antes dos atentados terroristas nos EUA.
Os segmentos que mais demitiram em agosto foram a construção civil, indústria de material elétrico e comunicações e de material de transporte. O setor de telecomunicações que estava puxando o nível de emprego revela níveis de saturação. O segmento automotivo está reestudando a produção para 2001 e deve demitir em setembro, acredita Cordeiro.