A Petrobras afirmou nesta segunda-feira (6) que ainda não há decisão tomada sobre cortes nos preços dos combustíveis. A afirmação foi feita em comunicado ao mercado para responder declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que anunciou redução para esta semana.
"A Petrobras não antecipa decisões de reajuste e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado", afirmou a empresa, em texto enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
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Bolsonaro disse em entrevista ao site Poder360 que a Petrobras vai começar a anunciar uma série de reduções nos preços dos combustíveis, começando nesta semana. Ele não informou, porém, qual seria o valor da redução nem quando ocorreria.
"A gente anuncia agora, esta semana, pequenas reduções, a princípio toda semana, do preço dos combustíveis", afirmou, embora a política de preços da estatal não tenha prazos definidos para ajustes nos preços.
No comunicado desta segunda, a Petrobras diz que "ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais", que preveem o monitoramento dos mercados e análise diária do comportamento dos preços em relação a cotações internacionais.
A empresa repetiu ainda que não antecipa decisões de reajustes a autoridades. O texto desta segunda é semelhante ao divulgado quando Bolsonaro afirmou, no fim de outubro, que a estatal estava prestes a anunciar novos aumentos.
A declaração foi dada pouco antes do último anúncio de reajuste nos preços da gasolina e do diesel, no dia 25 de outubro, que motivou uma tentativa de paralisação nacional dos caminhoneiros no início de novembro. Desde então, a estatal não mexe nos preços dos dois produtos.
O mercado espera, porém, algum repasse da queda das cotações internacionais do petróleo nas últimas semanas, em resposta ao avanço da variante ômicron pelo mundo.
Referência internacional negociada em Londres, o petróleo Brent, por exemplo, saiu da casa dos US$ 80 (R$ 455, pela cotação atual) por barril no fim de novembro e hoje oscila em torno dos US$ 70 (R$ 397) por barril.
A empresa, porém, repete que tenta não repassar ao mercado interno volatilidades pontuais do mercado internacional, preferindo avaliar o cenário em um prazo mais longo.
"A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais", reforçou nesta segunda.
No ano, o preço da gasolina nas refinarias acumula alta de 74%. Já o preço do diesel subiu 65% no mesmo período.