Economia

Movimentação de carga em Paranaguá aumenta em 2001

15 out 2001 às 19:07

A movimentação de cargas pelo Terminal de Cargas de Paranaguá (TCP) entre janeiro e setembro deste ano aumentou 10% em comparação com o mesmo período do ano passado. A tendência é de um crescimento ainda maior no ano que vem, quando entram em operação os novos equipamentos que poderão quadriplicar a produtividade, diminuindo os valores do frete marítimo.

Neste ano, foram transportadas 193.623 TEUs (unidade que corresponde a um contêiner de 20 pés, o mais comum), ante 175.748 nos nove primeiros meses de 2000. De acordo com o gerente Comercial do TCP, Marcelo Marder, a variação de 10% é bastante positiva. "O aumento ocorreu em cima de uma base que já estava grande, já que em 2000 o crescimento foi de 33%", afirmou. Em 1998, a movimentação total havia sido de 140 mil TEUs.


Para Marder, a mudança do perfil econômico do Estado, passando de agrícola para agroindustrial, foi o principal fator do aumento. "Um motivo complementar é que os investimentos feitos atraíram uma demanda reprimida de movimentação", avaliou. Segundo ele, essa demanda pode ser avaliada pelo grande número de importadores e exportadores do Paraná. "Eles não utilizavam o porto para suas movimentações, seja por falta de infra-estrutura ou mal atendimento", disse.


No início do mês o TCP começou a operar com caminhões especializados em operações portuárias. São 12 terminal tractors e 14 terminal traillers que estão sendo conduzidos por profissionais qualificados. Esses equipamentos fazem parte de um pacote de R$ 56 milhões que inclui ainda dois portêineres (grandes guindastes) que devem estar em funcionamento até o fim do ano.


Com a entrada em operação dos novos guindastes, o terminal deverá aumentar as operações para 20 contêineres por hora. Em uma segunda fase, poderá chegar a 30 contêineres por hora, por portêiner - o que significa 60 contêineres por hora, nos dois portêineres. Atualmente, a movimentação é feita com guindastes de bordo em um ritmo de oito contêineres por hora.


"À medida em que que quadriplicarmos a produtividade, a tendência é que o frete marítimo seja reduzido", afirmou Marder. "Se hoje um navio demora 24 horas para atracar e outras 24 horas para operar, diminuiríamos este tempo para 12 horas", exemplificou. Em valores, Marder disse que os custos de frete poderiam baixar de US$ 40 mil, referentes a 48 horas de permanência no porto, para US$ 10 mil, o que atraíria novas cargas.


No início do mês, a Administração Nacional de Navegação e Portos do Paraguai assinou um acordo operacional para transferir cargas de Paranaguá para o Porto de Santos, alegando que seria até 40% mais barato. Mas Marder disse que a movimentação de contêineres continua, e que não deve ocorrer perda de cargas.

"O Porto de Santos foi privatizado há cinco anos e por algum tempo oferecia serviços que ainda não haviam em Paranaguá, mas que foram implantados com investimentos pelo TCP. Os de Itajaí e São Francisco do Sul foram privatizados recentemente, e por isto o tempo do investimento em Paranaguá é o certo. Vamos ter tempo de captar cargas e estabelecer Paranaguá como referência", afirmou.


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