Chega hoje ao Brasil a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) responsável pela primeira revisão do acordo fechado em agosto último, da qual depende a liberação, no mês que vem, de um empréstimo de aproximadamente US$ 3 bilhões.
Esse dinheiro é mais uma parcela da linha de crédito de US$ 30 bilhões, que serão liberados até o final de 2003. Já foram sacados US$ 3 bilhões. As atenções estarão voltadas para a meta de superávit primário (economia de dinheiro para o pagamento de juros) a ser cumprida pelo governo. Especula-se que o FMI poderia exigir do Brasil um maior aperto fiscal.
O governo está comprometido em obter um superávit de 3,88% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de 3,75% em 2003. Tanto a atual equipe econômica quanto a equipe de transição do PT dizem que um aumento dessa meta não seria necessário.
Quando essas metas foram acertadas, em agosto, não se esperava que a situação das contas do governo se deteriorassem tanto em tão pouco tempo. A dívida pública que deveria ter ficado em R$ 810 bilhões no mês passado, chegou a R$ 885,2 bilhões.
A cotação do dólar, ainda segundo as projeções que constam do acordo, deveria se estabilizar em R$ 3, mas tem ficado acima de R$ 3,50. Os juros reais (descontada a inflação), estão em 13%, contra 9% previstos no acordo.
Do lado do governo, o principal interlocutor será o presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Pelo lado do governo eleito, o coordenador da equipe de transição do PT, Antônio Palocci Filho, também deve se encontrar com os representantes do FMI.