Economia

Metalúrgicos temem demissões nas montadoras

25 jan 2001 às 12:49

Trabalhadores das montadoras Volkswagem/Audi e a Chrysler, localizadas na Região Metropolitana de Curitiba, estão temendo uma onda de demissões nas empresas. A produção de carros na Volks/Audi, em São José dos Pinhais, caiu de 500 unidades por dia no final do ano passado, para 420 carros por dia atualmente. A queda nas vendas vem ocorrendo em função de dificuldades de escoar a produção no mercado interno. A direção da empresa não se manifestou e não confirma as demissões.

Com isso, cresce o temor de que os contratos temporários firmados com os trabalhadores há seis meses não serão renovados. Os contratos de 350 funcionários começam a vencer no final de fevereiro. Os trabalhadores ligados à Comissão de Fábrica da Volks/Audi terão uma reunião com a direção da empresa hoje para que a situação seja esclarecida.


Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, o clima entre os trabalhadores da Audi é péssimo. Eles estão sobrecarregados, principalmente na linha de montagem, onde o trabalho chega a ser excessivo, disse o diretor do sindicato Nuncio Manalla. O excesso de trabalho pode ser comprovado com o número de horas extras, confirmou o representante da Comissão de Fábrica, Jamil D"Avila.


Na reunião de hoje D"Avila quer saber como pode haver demissões se tem excesso de trabalho na fábrica. Além disso, o banco de horas implantado em maio do ano passado foi aceito pela direção do sindicato em troca da garanta do emprego. Dessa forma, a implantação do banco de horas não será mais renovado na próxima convenção coletiva de trabalho, adiantou o sindicalista.


Na Chrysler, em Campo Largo, a situação é mais alarmante, informou Manalla. Cerca de 400 empregados estão no banco de horas e a empresa está parada há vários meses. A produção da caminhonete Dakota foi suspensa por falta de competitividade no mercado e os trabalhadores estão ansiosos porque não sabem o que irá acontecer. Manalla está indignado porque a direção da empresa não atende ao Sindicato dos Metalúrgicos.

Segundo o sindicalista, a empresa criou um sindicato próprio com funcionários justamente para dificultar o acesso a informações. Ele questiona a legalidade da criação dessa entidade junto à Delegacia Regional do Trabalho.


Continue lendo