O mercado informal continua dominando a construção civil em Curitiba. Cerca de 56% dos alvarás registrados no ano passado são de edificações com até dois pavimentos, construídas por trabalhadores sem vínculo empregatício. Em relação a 1999, houve aumento de dois pontos percentuais.
Pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) mostra que a tendência de crescimento da informalidade começou a ser verificada a partir de 1997.
Para o presidente da Ademi, Normando Antônio Baú, a pesquisa indica a ausência de incentivos para as grandes construtoras do setor. "Há falta de estímulo na liberação de recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH)", analisa. Segundo ele, se não houver novas linhas de financiamento, a oferta de imóveis a partir de três pavimentos começará a cair ainda este ano na cidade. Um dos exemplos foi medido na construção de edifícios entre três e seis pavimentos. Só entre 1999 e o ano passado houve uma queda de 4% (veja quadro).
No ano passado, a indústria da construção civil conseguiu superar em dois pontos a quantidade de edifícios com mais de seis pavimentos (20% contra 18% em 1999). Mas o dado não chega nem perto do desempenho observado em 1996 quando o índice chegou a 38%. A pesquisa demonstrou ainda que a construção civil usou 12% a mais de concreto no ano passado em relação a 1999. A explicação: o número de unidades construídas foi 26% maior no mesmo período. Cerca de 65% da produção ficou concentrada em projetos de casas populares com até 90 metros quadrados, um mercado diferente do formado pelos integrantes da Ademi.
Feita há 15 anos, a pesquisa da Ademi representa uma fonte de informações dos construtores para detectar as regiões com possibilidades de investimentos.
Leia mais em reportagem de Dimitri do Valle, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira