O acordo que o governo do Estado assinou com o Banco Itaú para prorrogar o resgate das ações da Copel no Banestado não implicará em penalidades ou pagamento de taxas extras por parte do governo. A garantia foi dada pelo secretário da Fazenda e presidente da Copel, Ingo Hubert. "Houve apenas a prorrogação por 15 meses. Nada mais foi alterado com a mudança na data", afirmou Ingo, ao ser questionado por jornalistas que acompanharam a festa da posse do prefeito Cassio Taniguchi, na noite de segunda-feira, no Memorial de Curitiba. Ingo era um dos convidados.
Segundo o secretário da Fazenda, o trabalho daqui para frente será pressionar os governos e municípios que emitiram os títulos públicos comprados pela Banestado Corretora, em 1996, a resgatar os papéis. Dessa maneira, o governo do Estado consegue liberar as ações da Copel que foram dadas em garantia para o Itaú, no caso de os emissores dos títulos não honrarem o compromisso de recompra. Os papéis são de Osasco, Guarulhos, Alagoas e Santa Catarina. Pernambuco já resgatou o equivalente a R$ 117 milhões.
Ingo sabe que convencer os Estados e municípios a resgatarem os papéis será tarefa árdua. Mas ele não deixa demonstrar a preocupação. "Estamos atrás deles, mas é cedo para falar em perspectiva. Meu feeling diz que haverá o pagamento", disse.
O governo do Estado precisará contar com muita habilidade política para recuperar o dinheiro e desta maneira conseguir liberar as ações da Copel. Para isso tem um prazo de 15 meses, ou seja, até março de 2002. Entrevistados pela Folha, os governos de Alagoas, Santa Catarina e Osasco informaram que não pretendem recomprar os títulos que foram emitidos para pagar precatórios fraudulentos. Os papéis de Santa Catarina vencem apenas no final de maio, mas de antemão o governador Esperidião Amim já avisou que não vai honrar o compromisso.
Itaú X bancários
O Sindicato dos Bancários de Curitiba divulgou ontem nota para protestar contra a intenção do Itaú de instituir um banco de horas no Banestado. Muitos funcionários já receberam a proposta de assinar um Termo de Compensação Mensal de Jornada de Trabalho. Na prática, é a substituição do pagamento em dinheiro das horas extras por folgas. O sindicato orienta os bancários a não assinar o termo.