Economia

Itaú lança PDV para enxugar Banestado

22 fev 2001 às 12:40

A diretoria do Itaú/Banestado apresentou ontem um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para os funcionários do banco, que foi elaborado a pedido da Procuradoria Regional do Trabalho. A intenção é dar salários extras, que variam conforme o tempo de serviço, mais quatro meses em vale-refeição e manutenção do plano de saúde. Apesar de não concordar com as demissões, o Sindicato dos Bancários aceitou a proposta de desligamento incentivado. Sindicalistas e representantes do Banestado estiveram reunidos por mais de três horas na Procuradoria Regional do Trabalho.

Os funcionários que pedirem demissão vão receber de dois até seis salários extras, conforme o tempo de serviço prestado. Todos receberão ainda vale-refeição por quatro meses, o que soma R$ 580. O plano de saúde se manterá por um período que varia de três meses a um ano (ver tabela). Os interessados têm até o final de março para se inscreverem.


O Banestado não informa qual será o número de cortes que pretende fazer. "O banco entende que é um ajuste normal que ocorre quando duas empresas se unem", afirmou ontem o diretor de Relações Institucionais do Itaú/Banestado, Aldous Galetti. As demissões estão sendo encaradas como "pontuais" pela diretoria, que intitulou os cortes como "Programa de Desligamento Voluntário".


O Sindicato dos Bancários informou que desde o início do ano até o dia 9 de fevereiro foram homologadas 495 demissões, sendo 296 funcionários concursados. O restante é empregado terceirizado. Um placar colocado pelos sindicalistas na Boca Maldita informa que as demissões passam de 570. Segundo o diretor do Banestado, metade dos desligamentos ocorreu por iniciativa dos próprios funcionários que pediram demissão.


O economista do Dieese, Daniel Passos, que acompanhou parte da reunião, disse ter considerado muito tímida a proposta do Itaú. "Ficou aquém em relação ao PDV do Banestado, feito antes da privatização. O Banestado gastou R$ 137 milhões para demitir dois mil funcionários. O Itaú gastará R$ 16 milhões para desligar 1,5 mil", calculou.

O banco informou que não teria sentido elaborar um programa muito atrativo. "O banco fez um programa para atrair alguns. Não dá pra fazer algo tão bom, pois aí todo mundo vai embora", justificou o diretor de Recursos Humanos do Banestado/Itaú, Marco Antonio Sampaio.


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