Seguindo meu propósito de entrevistar as principais lideranças do Paraná no campo da
inovação, hoje trago as colocações do presidente da Invest Paraná, José Eduardo Bekin:
1) A Invest Paraná é uma entidade, conforme descrito em seu próprio site, que atua
notadamente realizando conexões entre os mais variados entes governamentais e
empresas. Quando falamos em termos de inovação, integração entre os entes do
ecossistema é um dos fatores mais relevantes, já que a inovação é transversal e depende de
elementos distintos. Como a Invest Paraná vem realizando a integração para gerar novos
negócios inovadores no estado?
Na Invest Paraná estamos sempre trabalhando com novos aplicativos e em busca de novos
sistemas inovadores e que façam sentido no ecossistema. A Invest PR trabalha com um
programa chamado Inova Invest em que selecionamos Startups que nos ajudem a acelerar os
programas. Alguns exemplos das Startups que fazem parte do programa são, o Citymatch, cujo
objetivo é selecionar informações relevantes e dados estratégicos para fazer a relação entre
empresa e Municípios; a Repenso, que trabalha com inovação em cima de sustentabilidade e
carbono; e a Ceres Agrointeligência, que tem foco em tecnologia para o agronegócio. De
qualquer forma, nossa atuação mais importante é o trabalho entre nós e os municípios para
trabalhar na inovação com resultado, não em uma inovação vazia e sem propósito.
2) De acordo com o Modelo Triplo Hélice, que gerou os melhores ecossistemas de inovação
do mundo e faz parte das políticas públicas brasileiras há décadas, o Estado tem como
uma das suas principais atribuições criar um ambiente propício ao desenvolvimento de
inovação, por meio, por exemplo, de um arcabouço jurídico. No Brasil, o Estado também
assumiu outras atribuições, como a injeção de recursos e ainda a realização de pesquisas
científicas, como nas universidades públicas, já que as empresas privadas fazem em
reduzida escala, ao contrário do que ocorre em outros países. Como a Invest Paraná vem
estimulando o empresariado paranaense, assim como de outros países, a contribuir para
que o estado tenha um potencial de inovação maior e, ao mesmo tempo, gere novos
negócios?
Entendemos que o principal papel da Invest Paraná na questão da Tríplice Hélice é aproximar as
empresas, principalmente as que já tem dentro das suas estruturas a questão de P&D, mostrando
as Universidades, o sistema de P&D da FIEP e da Fundação Araucária, que são desconhecidos
para a maioria das empresas, por mais que sempre promovemos e discutimos a questão. A
indústria está muito longe das Universidades no Brasil, então o maior papel do Governo, mais
que colocar recursos, é aproximar e trabalhar em conjunto, unindo Universidades e Indústrias.
Ressalto a importância da Fundação Araucária e da FIEP, onde estão os nossos parques de
inovação, e dos 17 polos de inovação do Paraná.
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
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