O delegado Eloy Fernandes de França, que assumiu o cargo de interventor do Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba para organizar o órgão e verificar a veracidade das denúncias de falsificação de laudos e comercialização de cadáveres, colocou verbalmente o cargo à disposição da Secretaria da Segurança Pública. "Ele considerou que já fez seu trabalho dentro da instituição e me pediu para sair", declarou o secretário José Tavares.
Ele afirmou que recebeu a lista tríplice com os nomes dos médicos legistas Hélio Galileo Bonetto, Carlos Braga Filho e José Fillus Neto como sugestão para assumir a direção do IML. Mas negou que a escolha ficará em cima da sugestão dada pela Associação dos Médicos Legistas do Paraná. "Não estou sujeito a essa lista. Esse é um cargo de confiança do secretário e vou indicar alguém que seja de minha confiança", afirmou.
Tavares disse que ainda não tem qualquer definição sobre prazo para a indicação de nomes. "Ainda não tem prazo, mas pretendo fazer isso o mais rápido possível", disse. A intervenção no IML começou em fevereiro deste ano, quando foi afastado o então diretor Francisco Moraes e Silva, por suposto envolvimento em irregularidades administrativas. Desde então, foram nomeados como interventores os delegados Leonyl Ribeiro (atual delegado-geral da Polícia Civil), Annibal Bassan Júnior (diretor da Escola de Polícia) e Eloy Fernandes de França.
A lista tríplice foi apresentada esta semana, quando a associação resolveu suspender uma ação judicial que seria impetrada na Justiça. A ação estaria baseada no artigo 50 da Constituição Estadual e no 295, parágrafo segundo, do Estatuto da Polícia Civil. Os artigos limitam o cargo de diretor do IML a peritos da classe mais elevada.