O custo de vida em Curitiba em julho aumentou 1,05% em relação ao mês anterior. Esse é o maior Índice de Preços ao Consumidor (IPC) nos últimos 12 meses, ocasionado pela alta de tarifas controladas, como a da energia elétrica e da telefonia, e também por causa do aumento da gasolina e do transporte público.
A taxa subiu 0,74 ponto percentual sobre a de junho, que foi de 0,31%. O IPC, para famílias que recebem de um a 40 salários mínimos, foi divulgado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Quase todos os grupos analisados pelo Ipardes apresentaram aumento em julho. Apenas o de vestuário teve queda, de 2,03%. Isso ocorreu porque o comércio iniciou as liquidações de inverno, motivadas, em parte, pelas temperaturas amenas registradas neste inverno.
O grupo que mais contribuiu para o aumento do custo de vida foi o de transportes e comunicações, que teve uma variação positiva de 3%. Nessa área, o que mais influenciou o IPC foi a gasolina, com aumento de 9,69%. A tarifa de ônibus urbano também teve peso grande no índice, já que subiu 10,56% em julho. Os serviços de telefonia residencial aumentaram 5%. Nas despesas com habitação, que no geral subiu 1,24%, a tarifa de energia elétrica teve um acréscimo de 5,02%, e o botijão de gás, de 5,23%.
O custo de vida em Curitiba nos sete primeiros meses deste ano está agora acumulado em 3,41%. No mesmo período do ano passado, o IPC era de 5,54%. Para o diretor de Estatística do Ipardes, Arion César Forester, mesmo com a crise de energia e a situação econômica precária da Argentina, a inflação deste ano no Brasil não deve superar o patamar de 6%. "Não está havendo demanda, então a indústria não consegue repassar os preços", disse.
"Na crise de energia se esperava um tranco maior, o que não ocorreu, assim como se esperava uma inflação maior, mas que não está havendo", observou o técnico do projeto custo de vida do Ipardes, Gino Schlesinger. De acordo com ele, como o inverno não está sendo muito rigoroso, e os alimentos não apresentaram grande alta em julho, o IPC deste ano deve ficar abaixo dos 6%. Os alimentos subiram 0,45% no mês, enquanto que em julho de 2000 o aumento foi de 3,53%. O produto que mais subiu nesse grupo foi o pão francês, com variação de 5,14%.