O custo de vida dos curitibanos ficou 0,17% mais caro em março. O vilão do aumento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi o setor de alimentos e bebidas, que teve uma alta de 1,03% em relação a fevereiro. Nesse grupo, o leite pasteurizado e o pão francês colaboraram para o aumento. Os dados foram divulgados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
A taxa foi considerada alta pelos técnicos do Ipardes, que esperavam uma taxa próxima de zero. Em fevereiro o índice foi negativo em 0,17% e o IPC acumulado de 2001 está em 0,89%. No primeiro trimestre de 2000 esse valor foi de 1,10%. Porém os últimos 12 meses registraram aumento de 6,01%.
"O governo deve fazer esforços para que haja redução e para que a meta (de inflação) seja atendida, que é de 4% a 6%", opinou o coordenador do projeto de custo de vida do Ipardes, Arion Foster.
Mas mesmo assim os técnicos se mostraram otimistas. "Se o percentual de 0,89% se mantiver nos outros trimestres, resultará em um aumento de 3,60% em 2001, abaixo da meta", contabilizou o técnico do projeto do Ipardes, Gino Schlesinger. A expectativa do Ipardes é que o IPC registre queda em abril, por causa da diminuição no preço da gasolina. O combustível interfere diretamente nos preços de transporte e comunicação, que representam 25% do total do IPC.
Porém a valorização do dólar em relação ao real, que nesta semana atingiu o maior valor desde 1994, R$ 2,20, pode interferir nos preços, informaram os técnicos do órgão. "Já sentimos isso em março, com o aumento do pão francês". O produto teve um aumento de 1,85%, motivado pela alta do trigo, que é importado.
O leite pasteurizado, que teve uma variação de 8,46% em relação a fevereiro, foi o produto que mais influenciou a alta do IPC. Para o Ipardes, isso ocorreu por causa da entressafra do produto na região Sul.