A indústria paranaense começa a sentir os reflexos da crise energética desencadeada nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e do aumento da taxa de juros. No mês de junho o faturamento do setor industrial paranaense teve queda de 7,48% sobre o mês de maio. Os setores que mais sentiram os efeitos foram o de bebidas, perfumaria, sabões, velas e material de transportes.
O resultado de junho reduz um pouco o crescimento semestral das vendas, que estavam aumentando mês a mês. No balanço de janeiro a junho, o desempenho positivo foi 22,5% superior em relação ao mesmo período do ano passado. Os números foram levantados pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e divulgados nesta quarta-feira.
Até os resultados de junho, as indústrias paranaenses acumulavam sucessivos aumentos no faturamento. Houve apenas uma pequena queda entre janeiro e fevereiro que foi recuperada nos meses seguintes. A análise feita pela equipe econômica da Fiep indica que três fatores determinaram os resultados negativos de junhos: "desvalorização do real a partir de março, inversão da tendência de queda nos juros em fevereiro e a crise energética de maio".
Mas nem todos os setores foram afetados. As indústrias químicas, metalúrgicas e de papel e papelão fecharam o mês de junho com crescimento. O aumento mais significativo ocorreu na indústria química com quase 13%. O setor acumula crescimento também em relação a junho do ano passado (11%) e sobre igual período (janeiro a junho) do ano anterior (9%).
A variação semestral mostra que 11 dos 19 segmentos pesquisados tiveram aumento no faturamento. Couro foi o setor que mais fechou em baixa com queda de 64%. Em seguida aparecem produtos farmacêuticos com 42%. O setor de bebidas, que em junho teve queda de faturamento, no semestre apresentou vendas 121% superiores.
Com relação a postos de trabalho, o primeiro semestre apresentou aumento de 9,3%. No mês de junho a geração de empregos foi 0,27% superior a maio. Isso representou abrir 900 vagas. Em relação a 1992, quando a pesquisa começou, o nível de emprego está 12% superior.
Em junho, os setores que mais abriram vagas foram perfumaria, mecânica e madeira. As indústrias de vestuário, calçado, editorial, gráfica e minerais não metálicos foram as que mais demitiram. A massa salarial líquida teve aumento de 2,7%, enquanto que a capacidade instalada das fábricas está em 80%.