Economia

Indústria do Paraná emprega quase 39% dos imigrantes

15 jun 2024 às 11:35

Apaixonado por engenharia civil, Delcio Soares deixou Angola, país da África, há dois anos para correr atrás dos sonhos. Tendo como destino o Brasil, ele já era formado em arquitetura e urbanismo na terra natal, mas queria dar continuidade aos estudos. A língua contribuiu para a escolha do país, mas o fator decisivo foi a possibilidade de estudar e conseguir se inserir no mercado de trabalho na área da construção civil.


O exemplo de Soares é compartilhado entre os 37.703 migrantes que atuam formalmente no mercado de trabalho paranaense. De acordo com os dados mais recentes do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), de 2022, o número de estrangeiros empregados no Paraná cresceu 92% em cinco anos.


Chefe da pasta responsável pela criação e manutenção das políticas públicas voltadas aos imigrantes, Santin Roveda, secretário de Estado da Justiça e Cidadania, destaca que o Paraná recebe muitos imigrantes da África, Ásia, Europa e América Latina. De acordo com ele, os principais fatores que retiram as pessoas de seus países são as crises econômicas, as guerras e as catástrofes ambientais.


Em 2022, o Paraná foi o estado que mais contratou imigrantes, com 8.379 postos de trabalho gerados, o que representa 23,4% de todos os imigrantes que registraram a carteira de trabalho no ano no Brasil.


Dentre os 37.703 estrangeiros que trabalham no estado, 14.627 estão atuando em algum dos setores da indústria, ou seja, 38,8% de todos os imigrantes que têm emprego formal no Paraná.


Roveda destaca que o Paraná conta com o Cerma-PR (Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná), que reúne o poder público e a sociedade civil para debater e criar políticas públicas voltadas à população estrangeira, assim como o Ceim (Centro Estadual de Informações para Migrantes, Refugiados e Apátridas). Neste último, que fica em Curitiba, os migrantes têm acesso a uma série de serviços que auxiliam na permanência no país, como a regularização documental, encaminhamento para cursos de português e profissionalizantes, confecção de currículos e intermediação de mão de obra, apoio na revalidação de diplomas e acesso aos serviços de saúde, educação e assistência social.


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