A inadimplência do comércio medida no mês de junho pela Associação Comercial do Paraná atingiu 5,71%. O índice é preocupante, quando comparado com o mês de junho do ano passado, que foi de apenas 0,5% negativos, admitiu o vice-presidente de Serviços, Elcio Ribeiro.
O índice revela que os consumidores não estão pagando suas prestações no comércio por falta de dinheiro ou porque não têm mais reservas (devolução de Imposto de Renda) para quitar suas prestações.
Para Ribeiro, o retorno da inadimplência em junho já é reflexo da decisão do Banco Central em elevar a taxa de juros para 18,25% e do cenário de turbulência da economia brasileira, decorrente da crise argentina e da valorização do dólar. Diante desse quadro, o empresário faz advertências para o consumidor e para o comerciante.
Para o consumidor, a ACP recomenda precaução na hora de fazer as compras e que analise com mais critério se pode arcar com uma prestação longa. Para o comerciante, a entidade recomenda mais rigor na liberação do crédito, para evitar as perdas com a inadimplência e com a ação de golpistas no comércio. O comerciante deve recorrer mais aos serviços de Videocheque e análises de crédito, antes de liberar as vendas, avisa
Apesar das preocupações, as vendas à prazo ainda ainda continuam crescendo, conforme revelou a pesquisa mensal da ACP no mês de junho. As consultas junto ao banco de dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) cresceu 8,6%. No mês passado, foram feitas 415.835 consultas, contra 382.895 no mesmo período do ano passado.
Seguindo a mesma tendência de comportamento, as consultas feitas ao SCPC no primeiro semestre de 2001 apresentaram crescimento em relação ao mesmo período de anos anteriores. A volta do consumidor às compras era um reflexo das projeções de crescimento previstas para a economia no primeiro semestre.
Enquanto cresciam as vendas à prazo em junho, o indicador de vendas à vista da ACP, que é o Videocheque, apresentou retração. Esse foi o primeiro sinal da freada brusca nas compras após os abalos na economia com as crises da Argentina e do dólar. Em comparação com junho do ano passado, a queda foi de 9,14% nas operações a vista, porque as consultas recuaram de 318.276 para 289.177. Ribeiro atribui essa retração à capacidade do consumidor, durante o primeiro semestre, em comprar à prazo.