A desregulamentação do setor de energia no País teve início em 1995 e já atinge cerca de 30% das estatais que pertenciam a governos estaduais e municipais. Das 25 distribuidoras de energia, 18 foram privatizadas entre elas a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e Bandeirantes, ambas em São Paulo, e a CEEE do Rio Grande do Sul. O governo federal espera poder privatizar as geradoras Furnas e Chesf ainda este ano.
O presidente da Copel, Ingo Hubert, ressalta que a desregulamentação do setor elétrico é uma tendência mundial. Alguns países como a Inglaterra, Alemanha e Argentina já venderam suas companhias elétricas para a iniciativa privada. Estados Unidos, Itália, Austrália, Espanha e Portugal seguiram o mesmo exemplo.
Para pressionar os governos estaduais a privatizarem, o governo federal adotou uma série de restrições às empresas estatais. Elas não podem tomar empréstimos de entidades financeiras públicas. Também é proibido lançar novas ações em bolsas, estratégia utilizada pelas empresas para captar recursos.
Paralelo ao processo de desregulamentação do setor de energia elétrica do País, ocorre uma abertura para que os consumidores possam comprar energia da empresa que quiserem. Hoje, apenas 20% dos consumidores são livres. Eles representam as grandes empresas que gastam mais de 3 megawatts de energia. São as indústrias e algumas empresas comerciais. A partir de 2003, serão incluídos os consumidores que tenham qualquer nível de consumo, desde que estejam em tensão acima de 69 quilowatts, ou seja, condomínios e pequenas indústrias.
Eles poderão escolher se comprarão energia da Copel ou da Eletropaulo, por exemplo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que até o final de 2005 todos os consumidores, incluindo os residenciais, estarão livres para comprar energia de qualquer companhia.
Histórico da Copel
1954: A Copel é criada pelo governo do Estado para atuar na geração, transmissão e distribuição de eletricidade. Integra o plano do governo de colocar o setor de energia sob controle estatal.
1970: Inicia o período de expansão da Copel. A companhia compra as principais empresas privadas do setor elétrico localizadas no Paraná.
1970 a 77: Expansão de redes de transmissão e distribuição da Copel. A companhia se conecta com outros Estados.
1979: Muda a legislação estadual e a Copel pode expandir suas atividades de geração para incluir produção de outras fontes além de usinas hidrelétricas.
1994: As ações da Copel são registradas para negociação na Bolsa de Valores no Brasil.
1997: Copel emite ADRs (American Depositary Shares), que representam ações preferenciais nominativas, e as listam na Bolsa de Valores de Nova York.
1997: Copel é autorizada a desenvolver atividades na área de transmissão de informações eletrônicas, comunicações e controles eletrônicos de telefonia celular.
1999: Copel possui 17 usinas hidrelétricas e uma termelétrica. Juntas têm uma capacidade instalada de 4.545 megawatts.