O estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Fazenda informa que o governo brasileiro pode ter desistido de sacar os US$ 20 bilhões restantes, do acordo de US$ 31 bilhões firmado em setembro do ano passado com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
A informação mostra um recuo em relação ao discurso feito pelo ministro Antônio Palocci (Fazenda) há duas semanas, de que, se há dinheiro disponível, não haveria razão para não sacá-lo.
Pelo acordo em vigor, o Brasil poderia sacar em junho US$ 9 bilhões, que aumentariam as reservas internacionais do BC.
Um técnico do ministério disse que o governo poderá encontrar fontes de financiamento mais baratas do que os recursos do Fundo.
Uma das possibilidades é aumentar a emissão de títulos da dívida brasileira no mercado internacional. Entretanto, isso dependerá do cenário externo mais favorável ao Brasil.
Com isso, o governo conseguiria amenizar a projeção do déficit do balanço de pagamento do país com a desistência de sacar o dinheiro do Fundo.
De acordo com dados do estudo do ministério, as contas externas brasileiras fechariam o ano com déficit de US$ 9,4 bilhões sem os recursos emprestados.
No ano passado, o balanço das contas brasileiras fechou superavitário justamente em função dos recursos sacados do FMI.
De acordo com o documento, a eventual desistência de sacar os recursos "resulta da postura do governo brasileiro, de reduzir seu endividamento com o Fundo".