Os funcionários da montadora de ônibus e caminhões Volvo vivem um momento de expectativa quanto a uma possível demissão. A empresa, com sede em Curitiba, passa por um processo de reestruturação que está sendo elaborado por uma consultoria externa. O resultado dos estudos poderá se traduzir em corte de pessoal em determinados setores, principalmente os administrativos, para se otimizar a produção. A direção da fábrica informou ontem que não há qualquer programa de enxugamento, mas o resultado da auditoria poderá "eventualmente provocar uma readequação".
O trabalho da auditoria faz os metalúrgicos ficarem preocupados. "Na nossa avaliação vem corte pela frente. Só não sabemos se será grande ou pequeno", previa ontem o coordenador da Comissão de Fábrica da Volvo, Juvenal Adorno. Ele disse que os boatos de corte causam um clima de insegurança. Quem e quantos seriam demitidos ninguém arrisca dizer. Por enquanto os números que apareceram não passam de especulação, informou ontem a assessoria da Volvo.
Hoje a empresa tem cerca de 1,6 mil funcionários, entre os que trabalham na linha de montagem e no setor administrativo. A fábrica produz ônibus, caminhões e cabines que abastecem o mercado nacional e também servem para exportação. A unidade de cabines funciona com segundo turno. "Há uma informação de que os diretores querem acabar com um turno. Se isso acontecer, é demissão na certa", prevê Adorno. A assessoria da Volvo disse desconhecer qualquer plano para diminuir as vendas para outros países. Hoje a montadora tem mercado em vários países da América do Sul, para onde vende ônibus e caminhões.
A Volvo comercializou mais de 4,4 mil caminhões e mais de mil ônibus que abasteceram os mercados nacional e internacional. Os negócios da empresa renderam um faturamento de R$ 915 milhões, no ano passado. As exportações se intensificaram a partir de 1999, quando houve a desvalorização do real.