Investir em um negócio próprio é sempre dar um tiro no escuro. Afinal, os resultados do investimento só começam a aparecer alguns meses depois. Como não há uma fórmula exata de sucesso, muitos empreendedores paranaenses estão optanto por franquias na hora de abrir um negócio, uma vez que elas já vêm com a marca consolidada no mercado, diminuindo bastante os riscos.
Segundo dados da Câmara Setorial de Franchising da Associação Comercial do Paraná (ACP), o Estado responde por 8% (cerca de 4.160) do mercado nacional de franquias, perdendo só para São Paulo e Rio de Janeiro.
O coordenador da Câmara da ACP e diretor na Netplan, empresa que presta consultoria para quem deseja abrir um franquia, Daniel Alberto Bernard, diz que atualmente, no País, cerca de 300 mil pessoas estão querendo investir em franquias. ''O Paraná está se mostrando cada vez mais um mercado em potencial para este segmento.''
Um exemplo que comprova a afirmação de Bernard é a dentista Daniela Santos Martins de Melo. Ela saiu de Campinas (SP) para abrir uma franquia de uma clínica odontológica em Curitiba. ''Abrir uma franquia significa já ter boa parte do negócio definido, uma vez que existe um padrão determinado pela matriz'', acredita.
Apesar da maior segurança e facilidade, o investimento em uma franquia constuma ser alto. Segundo Bernard, a média costuma se situar entre R$ 70 mil e R$ 150 mil. E dificilmente se consegue economizar, pois é preciso seguir todos os padrões exigidos pela matriz. Já o retorno demora, em média, 18 meses para ser obtido.
A franquia também traz vantagens para as empresas que cedem as marcas. O diretor de operações dos estacionamentos Auto Park, Vitor Hugo Dlugokenski, diz que é um boa opção de expansão da empresa. ''Primeiro, nós abrimos franquias no Paraná, depois expandimos para Minas Gerais, e agora vamos para Santa Cararina, Espírito Santo e São Paulo'', conta.
Além da proliferação da marca, a empresa ainda ganha uma porcentagem sobre o lucro bruto da franquia. No caso da Auto Park, Dlugokenski prefere não divulgar o percentual, já que varia de acordo com o porte do estacionamento.
Quem abre uma franquia precisa estar de acordo com a linha da empresa. O gerente de franchising da Imobliária Apolar, Gilvan Lopes de Sena, conta que o franqueado recebe todo tipo de orientação e assistência que precisa. Inclusive, no caso específico da imobliária, têm acesso a toda a lista de imóveis da empresa para dar início ao seu negócio.
Contudo, se desrespeitar as regras, ou seja, estar em desconformidade com o contrato assinado, pode vir a perder o direito de usar a marca. ''Primeiro, o franqueado sofre advertências. Mas se continuar desrespeitando o contrato, ele é descredenciado. Os devidos órgãos são comunicados que ele perdeu o direito de usar a marca, e a placa com a logomarca é removida'', explica.